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Síria está prestes a perder prazo para destruição de arsenal

País já deveria ter entregue mais de 1.300 toneladas de químicos tóxico declarados à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq)


	Inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas na Síria
 (AFP)

Inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas na Síria (AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 19h23.

Amsterdã - A Síria se desfez de somente 11 por cento de suas armas químicas em três embarques e está prestes a perder o prazo do meio de ano - de forte carga política - para destruir completamente seu estoque de material tóxico, disseram fontes à Reuters nesta sexta-feira.

A Síria já deveria ter entregue mais de 1.300 toneladas de químicos tóxico declarados à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), o órgão que supervisiona o processo com as Nações Unidas, com base num acordo russo-norte-americano.

Um terceiro lote esta semana continha 54 toneladas métricas de hexamina, um material bruto para explosivos, o que eleva o total embarcado até agora para mais de 140 toneladas, segundo três fontes na Opac.

Isso inclui cerca de 5 por cento dos produtos químicos mais prioritários, disseram as fontes.

"Vamos ser sinceros, os materiais importantes ainda não foram trazidos, com exceção de uma pequena remessa no começo. Isso significa que estamos bem atrasados no cronograma", afirmou uma fonte.

"Eles têm de acelerar se for para cumprir o prazo do cronograma. Nós deveríamos estar prontos (para começar a destruição) dez dias atrás e nem ainda começamos." O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a chefe da missão conjunta ONU/Opaq, Sigrid Kaag, expressaram recentemente confiança de que o prazo final de 30 de junho será cumprido.

O próximo prazo é o fim de março, quando se espera que os químicos mais tóxicos, incluindo o sarin e o gás mostarda e seus precursores tenham sido destruídos fora do país.

"Em vez de entregar 11 por cento, eu os vejo 89 por cento atrasados no cronograma", disse uma outra fonte envolvida no processo. "É imperativo que eles se apressem se for para cumprirem a data-alvo." O não cumprimento do prazo final de 30 de junho teria graves implicações políticas, já que Washington e Moscou investiram credibilidade diplomática no processo de eliminação de armas químicas, mediado pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e seu colega russo, Sergei Lavrov.

Os Estados Unidos enviaram o MV Cape Ray, uma embarcação com equipamento especial para neutralizar químicos no mar, e dizem que vão precisar de 90 dias para destruir aproximadamente 500 toneladas métricas de armas químicas.

Para cumprir essa meta, a Síria iria precisar fazer dezenas de embarques nas próximas semanas. As fontes dizem que isso não parece provável.

Não está claro o que acontecerá se o prazo não for cumprido. A Rússia, aliada-chave da Síria, se opõe a sanções ao país na ONU.

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