Mundo

Ataques se intensificam antes de eleição na Síria

Ministro da Informação chamou o pleito de uma "oportunidade verdadeira" para que expressem sua vontade em meio ao conflito na Síria, que já dura três ano

Cartazes do presidente Bashar al-Assad em uma rua de Damasco, na Síria (Khaled al-Hariri/Reuters)

Cartazes do presidente Bashar al-Assad em uma rua de Damasco, na Síria (Khaled al-Hariri/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 10h08.

Damasco - O ministro da Informação sírio, Omran al-Zoubi, convocou nesta segunda-feira os cidadãos do país a participar da eleição presidencial e chamou o pleito de uma "oportunidade verdadeira" para que expressem sua vontade em meio ao conflito na Síria, que já dura três anos.

Os sírios vão às urnas na terça-feira no que será a primeira eleição presidencial com vários candidatos realizada no país. O presidente Bashar Assad é um dos três candidatos ao mandato de sete anos, mas a oposição considera a eleição uma piada.

Rebeldes sírios ameaçam prejudicar a votação em áreas controladas pelo governo. Milhares de pessoas já fugiram da cidade de Idlib, no noroeste, por medo de ataques.

As declarações de Al-Zoubi, transmitidas pela televisão estatal síria, coincidiram com a intensificação dos ataques em áreas tomadas pelos rebeldes na cidade de Alepo, norte do país, que já deixaram dezenas de mortos e feridos nos últimos três dias.

Os bombardeios, mais pesados do que o normal, aparentemente têm como objetivo assustar os eleitores.

A explosão de um carro-bomba matou pelo menos dez pessoas numa vila da província de Homs nesta segunda-feira, informou a emissora estatal de televisão.

"A explosão terrorista na vila de Haraqui, na província de Homs, foi causada por um caminhão tanque bomba. A contagem inicial indica que dez pessoas foram mortas e grandes danos causados às casas", informou a emissora.

O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres, informou que 50 pessoas morreram em ataques em Alepo desde sábado. Já Al-Zoubi disse que 20 pessoas foram mortas e 80 feridas "no período de 10 minutos" no sábado.

Al-Zoubi e ativistas ligados ao governo disseram que combatentes bombardearam Alepo com o chamado "canhão inferno", uma arma grosseira fabricada localmente pelos rebeldes.

Ela dispara cilindros de gás cheios de explosivos que provocam grandes danos ao atingir o alvo, embora seja bastante imprecisa. O canhão inferno foi usado pela primeira vez no ano passado mas nos últimos dias seu uso tem se intensificado nos ataques a Alepo.

O governo anuncia a eleição como a solução política para o conflito, que começou em março de 2011 e matou mais de 160 mil pessoas nos últimos três anos.

O pleito será realizado apenas em território controlado pelo governo e é alvo de boicote pela oposição.

Acompanhe tudo sobre:Bashar al-AssadEleiçõesGuerrasPolíticosSíria

Mais de Mundo

Conheça a história do Cristo Redentor, um dos maiores cartões postais do Rio de Janeiro

China convoca reunião informal do Conselho de Segurança da ONU para 'tratar de tarifas', diz agência

Juiz vê suposto 'desacato' de Trump por expulsar migrantes; governo diz que vai apresentar recurso