Mundo

Síria adverte EUA a não realizar ações sem permissão

Ataque aéreo americano seria considerado uma violação da soberania síria e uma agressão contra o país


	Destruição na Síria: "qualquer esforço para combater o terrorismo deve acontecer em coordenação com o governo sírio", disse ministro
 (Louai Beshara/AFP)

Destruição na Síria: "qualquer esforço para combater o terrorismo deve acontecer em coordenação com o governo sírio", disse ministro (Louai Beshara/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 11h04.

Beirute, Líbano - O ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moallem, advertiu os Estados Unidos nesta segunda-feira a não realizar ataques aéreos dentro do país contra o grupo Estado Islâmico sem o consentimento de Damasco. Segundo ele, uma ação deste tipo seria considerada uma violação da soberania síria e uma agressão contra o país.

Mas Al-Moallem disse também que a Síria está pronta para trabalhar com Estados regionais e a comunidade internacional no combate ao avanço dos militantes islâmicos em seu território e no Iraque.

"A Síria está pronta para cooperar e realizar operações coordenadas em níveis regional e internacional na guerra contra o terror", afirmou o ministro. "Mas qualquer esforço para combater o terrorismo deve acontecer em coordenação com o governo sírio."

As declarações de Al-Moallem durante uma coletiva de imprensa em Damasco foram os primeiros comentários públicos de uma graduada autoridade do governo de Bashar Assad a respeito da ameaça representada pelo Estado Islâmico, que já tomou grandes partes dos territórios sírio e iraquiano.

Integrantes do Estado Islâmico afirmam ter tomado uma importante base militar no nordeste sírio, eliminando o último posto avançado do governo numa província que já estava totalmente tomada pelos jihadistas.

O grupo estabeleceu um califado nas áreas tomadas que englobam parte da fronteira entre Iraque e Síria. Os Estados Unidos começaram a realizar ataques aéreos contra o grupo no norte do Iraque no início deste mês e agora estudam da possibilidade de adotar as mesmas medidas na Síria.

Mas o governo de Barack Obama continua cauteloso em participar da sangrenta e complexa guerra civil síria, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) já deixou mais de 190 mil mortos.

Al-Moallem disse que seu governo está pronto para cooperar com qualquer lado, incluindo os Estados Unidos, ou se juntar a qualquer aliança regional ou internacional contra o grupo Estado Islâmico. Mas, segundo ele, qualquer ação militar no interior da Síria deve ser realizada em coordenação com o governo "que representa a soberania síria".

"Qualquer ataque que não tenha sido coordenado com o governo será considerado uma agressão", afirmou.

Al-Moallem disse também que ataques aéreos não serão suficientes para eliminar grupos ligados ou inspirados na Al-Qaeda, como o Estado Islâmico e a Frente Nusra, mas sim eliminar suas fontes de financiamento.

Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEstados Unidos (EUA)ExércitoIraquePaíses ricosSíria

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia