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Síria acusa países que apoiam rebeldes de patrocinar terrorismo

Afirmação foi feita pelo chefe negociador do regime sírio, Bashar Jafari, que citou países como França, Reino Unido Turquia e Israel

Síria: nos últimos dias, grupos rebeldes sírios se uniram a outras formações jihadistas para empreender ofensivas (Khalil Ashawi/Reuters)

Síria: nos últimos dias, grupos rebeldes sírios se uniram a outras formações jihadistas para empreender ofensivas (Khalil Ashawi/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de março de 2017 às 13h19.

Genebra - O governo da Síria acusou nesta sexta-feira os países árabes e ocidentais que apoiam os rebeldes sírios de serem "patrocinadores do terrorismo", por colaborar de forma indireta com o grupo jihadista Frente al Nusra.

"Quaisquer governos que trabalhem com estes grupos podem ser considerados patrocinadores do terrorismo", disse em entrevista coletiva o chefe negociador do regime sírio, Bashar Jafari, citando Turquia, Arábia Saudita, Catar, França, Reino Unido, Jordânia e Israel.

Nos últimos dias grupos rebeldes sírios se uniram a outras formações jihadistas para empreender distintas ofensivas contra as forças governamentais nos arredores de Damasco e na província central de Hama.

"Os que estão atacando Damasco e Hama atuam sob o guarda-chuva de Al Nusra, e, como todos sabem, Al Nusra é considerada pela ONU como um grupo terrorista, razão pela qual eles também são terroristas", afirmou o embaixador sírio na ONU.

Jafari se referiu especialmente a França e Grã-Bretanha, às quais acusou de "estar patrocinando o terrorismo e usá-lo como uma arma política", e de vender armas à Arábia Saudita e Catar "que depois serão usadas em ataques terroristas".

O diplomata fez estas declarações após reunir-se com Staffan De Mistura, o mediador da ONU nas negociações de paz para a Síria, que ontem foram retomadas em sua quinta rodada após 20 dias de pausa.

Jafari disse que os atos terroristas, e por extensão as ofensivas militares dos insurgentes no terreno, só queriam "torpedear" os esforços de diálogo realizados em Genebra.

"É por isso que todos os governos razoáveis deveriam manter-se na via política", ressaltou.

Em referência a "esses eventos no terreno", a delegação governamental pediu ao mediador que comece as conversas substantivas discutindo sobre terrorismo, um dos quatro eixos das negociações.

"Os quatro eixos serão negociados em paralelo porque são igualmente importantes. Mas, dados os eventos no terreno, sugerimos ao mediador, e ele entendeu e aceitou, que amanhã comecemos com o eixo do terrorismo", acrescentou Jafari.

As partes negociadoras estabeleceram no final da última rodada uma agenda que inclui a criação de um governo crível, inclusivo e não sectário; um calendário e processo para a elaboração de uma nova Constituição; a realização de eleições livres e justas supervisionadas pela ONU e com participação da diáspora, e a luta contra o terrorismo.

A respeito da suposta iminente ofensiva da coalizão internacional que luta para acabar com o Estado Islâmico (EI) contra a cidade de Al Raqqa, o maior bastião do grupo jihadista na Síria, Jafari declarou que qualquer intervenção estrangeira em seu país devia contar com a autorização do governo.

"Ninguém que diga que está lutando contra o EI deveria fazê-lo sem coordenar-se antes com Síria ou Iraque", afirmou, para em seguida concluir que "todo o mundo sabe que os únicos que estão efetivamente lutando contra esse grupo jihadista são Síria, Rússia e Irã".

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