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Síria acusa EUA de usar ameaça de armas químicas

O presidente dos EUA, Barack Obama, advertiu que qualquer tentativa de empregar armas químicas na Síria por parte do regime de Damasco teria consequências

A bandeira síria é vista em Damasco em 20 de setembro
 (Louai Beshara/AFP)

A bandeira síria é vista em Damasco em 20 de setembro (Louai Beshara/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2012 às 21h23.

Beirute - O ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, acusou os Estados Unidos de inventarem o assunto das armas químicas para lançar uma campanha militar contra a Síria e de apoiar os grupos armados que enfrentam o regime de Damasco.

Em entrevista nesta segunda-feira ao canal libanês ''Al Mayadin'', que será transmitida nesta noite, mas da qual foram antecipados alguns trechos, o chefe da diplomacia síria destacou que a estratégia de Washington em relação a estas armas é similar à utilizada no Iraque.

''Os EUA estão usando a questão das armas químicas para fazer uma campanha similar à que precedeu a invasão que causou a derrocada do regime de Saddam Hussein'', denunciou Muallem.

No último mês de agosto, o presidente dos EUA, Barack Obama, advertiu que qualquer tentativa de empregar armas químicas na Síria por parte do regime de Damasco teria ''enormes consequências'' e faria com que Washington considerasse uma ação militar nesse país.

Por sua parte, o ministro sírio assegurou que a missão do mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, fracassará se os EUA e os países vizinhos não se comprometem a cessar seu apoio aos rebeldes.

Muallem afirmou que a chave para solucionar a crise na Síria ''está em Damasco, mas também nos países vizinhos que acolhem, armam e apoiam os grupos terroristas armados'' e nos EUA, que ''orquestra todo o jogo''.

O chefe da diplomacia síria acrescentou que tem certeza que Brahimi tem ''boas intenções e a determinação de triunfar em sua missão'' e que o governo sírio o ajudará nessa tarefa.

Em seu discurso hoje na Assembleia Geral da ONU, Muallem garantiu que o conflito na Síria se deve a atos de terrorismo encorajados desde o exterior e acusou alguns membros do Conselho de Segurança, entre eles EUA e França, de apoiar esses atos.

Enquanto isso a violência continua no país, onde morreram hoje pelo menos cem pessoas, principalmente nas províncias setentrionais de Idlib e Aleppo pelos bombardeios das forças governamentais.

Hoje mesmo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao governo sírio que tenha ''compaixão'' com seu povo e permita uma diminuição da violência que abra a porta a um processo de diálogo com a oposição.

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