Exército aponta metralhadoras para o cemitério, tentando impedir os funerais dos quatro mortos (Marwan Naamani/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2011 às 06h34.
Cairo - Pelo menos sete pessoas morreram nas primeiras horas desta terça-feira na repressão dos protestos contra o regime convocados por ocasião da festividade de Eid ul-Fitr, que marca o final do mês de jejum do Ramadã.
Segundo informaram os opositores Comitês de Coordenação Local, quatro pessoas faleceram na cidade de Harrah (centro), entre elas um adolescente de 13 anos, outras duas na província meridional de Deraa e uma mais em Homs (centro).
Nas últimas 24 horas, o número de vítimas fatais em todo o país, segundo os cálculos dos grupos opositores, chegou a 17, embora os dados não possam ser verificados de forma independente devido ao bloqueio imposto à imprensa internacional.
No início desta madrugada, a festa religiosa na qual se encerra o jejum mantido ao longo de todo o mês levou milhares de pessoas às ruas da Síria para manifestarem-se em algumas das maiores cidades do país e exigir a renúncia do presidente Bashar al Assad.
No entanto, ao mesmo tempo foi intensificada a repressão do regime contra os opositores.
Segundo os Comitês, em Harrah as forças de segurança e as unidades do exército apontam metralhadoras para o cemitério da cidade para impedir os funerais dos quatro mortos.
Estes enterros habitualmente servem como motivo de manifestações de rejeição ao regime, e por isso as forças leais a Assad costumam tentar impedi-los.
Na província de Homs, as forças de segurança se desdobraram na maioria dos bairros da capital para impedir a saída dos manifestantes, segundo os Comitês, que informaram que foram ouvidos disparos de metralhadora perto da região de Qalaa.
Na cidade rebelde de Hama também houve tiroteios em vários bairros, principalmente em Qosor e Manaj, com o objetivo de impedir os protestos.
Desde março, a Síria é cenário de revoltas populares contra o regime sírio, o que já tirou as vidas de 1.958 civis e 459 soldados e efetivos das forças de segurança, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.