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Síria: 22 mortos após apelo para a saída de Assad

Polícia atirou contra uma multidão que protestava contra o governo, um dia depois de EUA e UE defenderem a saída do ditador

Imagens retiradas de uma fonte alternativa mostram um protesto em Jableh (AFP)

Imagens retiradas de uma fonte alternativa mostram um protesto em Jableh (AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2011 às 17h42.

Damasco - O sangue foi derramado na Síria durante a terceira sexta-feira do Ramadã com a morte de 22 manifestantes, principalmente no sul, um dia depois do apelo do Ocidente para a saída de Bachar al-Assad e no momento em que a União Europeia prepara novas sanções contra o país.

Com o lema "as premissas da vitória", os manifestantes enfrentaram a polícia que abriu fogo, relataram os manifestantes.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH, em Londres), foram 15 mortos e 25 feridos nas localidades próximas a Deraa, berço da manifestação; oito em Ghabagheb, incluindo duas crianças de 11 e 16 anos; cinco em Hirak; um em Ankhel; e um homem de 72 anos em Naawa.

Um outro manifestante foi morto em Harasta e mais um em Duma, subúrbio de Damasco, segundo os militantes, além de dois manifestantes que foram feridos ontem, um em Damasco e o outro em Homs, que não resistiram aos ferimentos.

A agência oficial de notícias da Síria, Sana, anunciou que "homens armados" atacaram um posto da polícia em Ghabagheb, mataram um delegado e feriram oito de seus homens. Dois policiais também foram mortos e outros oito ficaram feridos em Harasta e em Ankhel, segundo a Sana.

Operações realizadas pelas forças de segurança em casas de manifestantes e prisões em massa têm por objetivo limitar a amplitude das manifestações.

No entanto, as manifestações realizadas em Homs tiveram a participação de 20.000 pessoas, e em menor medida em Deir Ezzor (leste), Latakia e Banis na região litorânea do Mediterrâneo, e em diversas outras localidades nos subúrbios de Damasco e Hama, segundo os militantes.

Na região de maioria curda, noroeste da Síria, aproximadamente 10.000 pessoas marcharam em Qamichli e em Amuda, segundo manifestantes.

É impossível confirmar essas informações com fontes independentes, pois as autoridades limitam ao máximo as possibilidades de jornalistas viajarem para a região.

Para que a luta seja mais eficaz, a oposição ao governo se uniu em uma coalizão, o "Fórum Geral da Revolução Síria", fruto da fusão de 44 grupos e comitês de coordenação que organizam há cinco meses a revolta na Síria.

Em Damasco, nesta sexta-feira, a imprensa oficial divulgou declarações contra os Estados Unidos, que fizeram ontem, pela primeira vez, um apelo para a saída do presidente Assad.

"Podemos nos questionar se o governo americano, que perdeu toda a sua legitimidade popular em seu país, pode se tornar a fonte da verdade na Síria, falar em nome do povo sírio e intervir nas escolhas e negócios internos", escreveu desta maneira o jornal Techrine.

Em Bruxelas, os embaixadores se reuniram para decidir novas sanções, que pode ser o embargo à exportação do petróleo, a informação foi confirmada por uma fonte diplomática européia.

A Europa compra 95% do petróleo exportado pela Síria, o que representa um terço da receita do país.

Reino Unido, França, Alemanha e Portugal anunciaram na quinta-feira o desejo de obterem da ONU uma resolução que imponha as sanções, em particular um embargo sobre as armas, um congelamento dos negócios sírios e a interdição para viajar de alguns funcionários.

Frente a esta avalanche de más notícias, Damasco obteve nesta sexta-feira o apoio da Rússia, que possui poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.

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