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Sindicatos gregos fazem greve contra medida do governo

Atenas - Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Atenas hoje como parte de uma greve geral de 24 horas para protestar contra as reformas previdenciárias e as medidas de austeridade do governo grego. Diferentemente de protestos anteriores, a manifestação ocorreu sem incidentes. A participação foi menor do que a registrada em ocasiões […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Atenas - Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Atenas hoje como parte de uma greve geral de 24 horas para protestar contra as reformas previdenciárias e as medidas de austeridade do governo grego. Diferentemente de protestos anteriores, a manifestação ocorreu sem incidentes. A participação foi menor do que a registrada em ocasiões recentes. Um porta-voz da polícia estimou que havia entre 15 mil e 20 mil manifestantes. Já os organizadores citavam entre 35 mil e 50 mil pessoas. "Nós estamos muito satisfeitos com o comparecimento, disse Stathis Anestis, porta-voz da central sindical GSEE, que representa trabalhadores do setor privado. "Foi um grande protesto e, acima de tudo, foi pacífico."

As duas maiores centrais sindicais do país são a GSEE e a ADEDY, que representa o setor público. Ambas convocaram a greve de 24 horas - a quarta dessas centrais no ano - para protestar contra os planos do governo para aumentar a idade para a aposentadoria e cortar benefícios nas pensões. As reformas são parte de um programa de austeridade de três anos, adotado pelo governo como contrapartida a um pacote de ajuda de 110 bilhões de euros, fechado com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Como resultado da greve, escritórios dos governos local e central estavam fechados. Hospitais, serviços de ambulância e companhias estatais funcionavam em esquema emergencial. As operações ferroviárias e o transporte por ferry estavam suspensos no país. O transporte local em Atenas estava prejudicado pela greve e pelas manifestações. Professores e advogados se uniram no protesto, enquanto trabalhadores de alguns bancos também cruzaram os braços.

A greve é o primeiro grande protesto no país desde 5 de maio, quando cerca de 100 mil pessoas foram às ruas. Na ocasião, a manifestação resultou em violência, que terminou em um incêndio em uma agência bancária, matando três funcionários do banco, incluindo uma grávida. Para evitar a violência, a polícia grega deteve 98 pessoas, preventivamente, antes das marchas desta quinta-feira, disse o porta-voz policial Panagiotis Papapetropoulos.

"O baixo comparecimento ocorre porque as pessoas estão com medo e desanimadas pela crise econômica", disse Giorgos Foutras, um trabalhador do setor de cimento, de 34 anos. "Mas as pessoas continuarão a fazer greve, se a política do governo continuar a recair sobre trabalhadores e pensionistas."

Alguns sindicatos, porém, recomendaram que os trabalhadores mantivessem a rotina. Um vestibular para a universidade nacional foi realizado normalmente, com os professores monitorando os alunos. O principal sindicato dos controladores de tráfego aéreo também decidiu que seus membros deveriam trabalhar. Os voos domésticos e internacionais operavam normalmente hoje, mas alguns voos domésticos foram cancelados por causa de paralisações dos controladores em vários aeroportos locais. O sindicato dos jornalistas também decidiu que seus membros trabalhariam para cobrir o evento.

Uma pesquisa de opinião publicada no domingo pelo jornal Proto Thema afirmou que, para 90% dos gregos, os políticos do país são os culpados pela crise econômica. Em 9 de maio, uma pesquisa no mesmo jornal afirmava que, para 51,4% dos consultados, a crise econômica exigiria mais sacrifícios. Para apenas 28%, as greves poderiam ser a solução para o problema. O presidente da ADEDY, Spyros Papaspyros, prometeu uma manifestação contra as reformas previdenciárias no próximo dia 29. Fontes do GSEE previram outra greve para junho, quando essa reforma deve seguir para votação no Parlamento. As informações são da Dow Jones.

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