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Sindicatos e estudantes ocupam centro de Quito em protestos contra Moreno

Policiais responderam com bombas de gás lacrimogêneo e usaram tanques com canhões de água e outros blindados para dispersar os manifestantes

Equador: país passa por onda de protestos desde aumento do valor do combustível  (Ivan Alvarado/Reuters)

Equador: país passa por onda de protestos desde aumento do valor do combustível (Ivan Alvarado/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 19h28.

Quito — Milhares de trabalhadores e estudantes universitários do Equador ocuparam o centro de Quito nesta quarta-feira (9) durante um protesto convocado em paralelo à marcha realizada em outra área da capital por grupos indígenas contra o pacote de medidas econômicas anunciado pelo presidente do país, Lenín Moreno.

Os manifestantes, que percorreram várias ruas de Quito, se reuniram na Praça do Teatro, no centro histórico da capital, a cinco quadras de distância do Palácio de Carondelet, sede do governo, que estava cercado por um forte esquema de segurança.

Com pedras e paus, o grupo tentou romper o cerco montado pela Polícia Nacional do Equador na Praça da Independência, onde fica o palácio, apesar de Moreno não estar no local. Devido aos protestos, o presidente decidiu nos últimos dias transferir o governo para a cidade de Guayaquil, no sudoeste do país.

A ação deu início a uma série de confrontos no centro histórico de Quito. Os policiais responderam com bombas de gás lacrimogêneo e usaram tanques equipados com canhões de água e outros blindados para dispersar os manifestantes da região.

Os enfrentamentos prosseguiram por várias ruas do entorno do palácio presidencial. Enquanto se afastavam, manifestantes encapuzados atearam fogo em pneus para tentar bloquear a circulação dos poucos carros que se atreveram a passar pela região.

Por alguns momentos, o grupo conseguiu retirar as grades de proteção que impediam o protesto de avançar até o Palácio de Carondelet, mas, aos poucos, os policiais recuperaram o controle da situação.

Os confrontos ocorriam enquanto Moreno voltava para Quito para acompanhar de perto os protestos contra o governo. Não se sabe onde o presidente será instalado na capital, já que a sede do Executivo segue na mira dos manifestantes.

Em paralelo, grupos indígenas realizaram uma grande marcha pelas ruas de outra região da cidade, sem o registro de incidentes. O protesto foi até a Praça de Santo Domingo, no sul de Quito, onde os manifestantes seguem reunidos para criticar o pacote de Moreno.

Os indígenas pedem a revogação do decreto que eliminou os subsídios sobre a compra de combustíveis no país, medida que faz parte de um acordo negociado pelo governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os sindicatos, por sua vez, também querem que o governo desista das reformas trabalhista e tributária enviadas à Assembleia Nacional do país.

Moreno, porém, já deixou claro que não recuará porque as medidas fazem parte do acordo de crédito que assinou em março com o FMI.

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