Buenos Aires: o centro da capital argentina ficou paralisado pelo protesto convocado pela CTA, que foi seguido por milhares de filiados de distintos sindicatos (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2012 às 20h19.
Buenos Aires - Dirigentes dos sindicatos confrontados com o governo argentino desafiaram a presidente Cristina Kirchner nesta quarta-feira com uma grande mobilização na frente da sede do Executivo na qual ameaçaram convocar uma greve geral antes do final de ano.
"Este ano não vai terminar sem que façamos uma greve nacional na qual não se movimente uma só pluma na Argentina", advertiu Pablo Micheli, da ala opositora da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), a segunda maior do país.
O centro de Buenos Aires ficou paralisado pelo protesto, convocado pela CTA sob o lema "Unidos contra o Ajuste" e seguido por dezenas de milhares de filiados de distintos sindicatos, que superaram suas diferenças para ganhar força em seu enfrentamento com o governo.
A iniciativa contou com a adesão do sindicato de trabalhadores do Estado, que nesta quarta-feira também convocou uma greve nacional, assim como de setores agropecuários e de grêmios afines a Hugo Moyano, líder do sindicato de caminhoneiros e chefe da ala opositora da Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central operária do país.
A mobilização aconteceu menos de um dia depois que a presidente recebesse na Casa Rosada Antonio Gíria, um dirigente próximo ao governo que lidera desde a semana passada a facção "governista" da CGT.
"A representação dos trabalhadores não está na CGT onde estão os amigos da presidente. Exigimos um canal de diálogo", advertiu hoje Micheli no ato organizado na Plaza de Mayo, em frente à sede do Executivo.
Os sindicatos anunciaram, além disso, a convocação de uma concentração no Congresso no próximo dia 24, em protesto pela lei de acidentes de trabalho impulsionada pelo governo.
A mobilização de hoje coincide com o protesto soldados da polícia municipal e de fronteira, as dois principais forças de segurança do país, que completou seu nono dia depois que o governo anunciou na terça-feira que rejeita as reivindicações salariais que detonaram o conflito.