Mundo

Sindicatos da UE convocam ação contra medidas de austeridade

A "jornada de ação e solidariedade" consistirá em "greves, manifestações, passeatas e outras ações" organizadas pelos sindicatos nacionais de todos os Estados-membros


	União Europeia: a "jornada de ação europeia" foi fixada em 14 de novembro, aproveitando a greve geral já convocada em Portugal  (AFP)

União Europeia: a "jornada de ação europeia" foi fixada em 14 de novembro, aproveitando a greve geral já convocada em Portugal  (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 20h53.

Bruxelas - Os sindicatos da UE convocaram, nesta quarta-feira, uma nova "jornada de ação europeia" contra as medidas de austeridade que serão aplicadas nos Estados-membros no próximo dia 14 de novembro, data em que os sindicatos espanhóis programaram uma greve geral.

A convocação foi decidida pelo Comitê Executivo da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), em reunião realizada em Bruxelas, na qual participaram o secretário-geral da Confederação Sindical da Comissão de Trabalhadores (CCOO) e o atual presidente da CES, Ignacio Fernández Toxo, além do secretário-geral da UGT, Cándido Méndez.

A "jornada de ação e solidariedade" de 14 de novembro consistirá em "greves, manifestações, passeatas e outras ações" organizadas de forma coordenada pelos sindicatos nacionais de todos os Estados-membros, segundo explicou a CES em comunicado.

No marco da jornada europeia, CCOO, UGT, USO, estão convocando uma nova greve geral na Espanha, embora a decisão definitiva deve ser tomada em seus respectivos órgãos executivos.

A predisposição para fazer coincidir uma greve geral com a convocação europeia no 14-N é "bastante clara" entre os sindicatos espanhóis, segundo disse à Agência Efe fontes do CCOO.

As mesmas fontes apontaram que sexta-feira é o dia "chave" para tomar uma decisão a esse respeito, já que nesse dia estarão reunidos os máximos órgãos de direção entre congressos do CCOO (Conselho Confederal) e do UGT (Comitê Confederal).

Neste mesmo dia, será realizada uma reunião prévia da Cúpula Social - criada em 25 de julho e formada por 150 organizações civis e sindicais - que se pronunciará sobre uma possível greve geral.


A "jornada de ação europeia" foi fixada em 14 de novembro, aproveitando a greve geral já convocada em Portugal e, além da Espanha, é "muito possível" que a Grécia organize uma parada brusca das atividades em todos os setores econômicos, segundo fontes já citadas.

Os sindicatos da Itália, Chipre e Malta também se mostraram dispostos a aderir à greve geral.

Com esta nova ação conjunta, os sindicatos europeus pretendem "expressar a forte oposição às medidas de austeridade que estão arrastando a Europa para uma estagnação econômica,a grave recessão e o desmantelamento contínuo do modelo social europeu", segundo disse a CES.

Estas medidas, "ao invés de restabelecerem a confiança na economia da UE, estão servindo para piorar as desigualdades e aumentar as injustiças", acrescentou a Confederação Europeia de Sindicatos.

A CES recalcou seu apoio à consolidação de "contas públicas sólidas" nos Estados-membros, mas acrescentou que a recessão "só pode ser detida, se os limites orçamentários relaxarem e os desiquilíbrios forem eliminados".

Os sindicatos europeus defenderam esta postura antes da cúpula de líderes da UE que será realizada amanhã em Bruxelas, durante um encontro, na terça-feira, entre os interlocutores sociais comunitários e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Duran Barroso.

Entre as prioridades da cúpula "não há soluções nem propostas" para corrigir o estado das contas públicas dos Estados-membros, para apostar pelo crescimento econômico e nem para resolver a grave situação do desemprego juvenil, afirmou Toxo, que participou do encontro como presidente da CES. 

Acompanhe tudo sobre:EuropaGrevesSindicatosUnião Europeia

Mais de Mundo

Alemanha vê sinais de avanços na disputa comercial entre UE e EUA

Departamento de Justiça dos EUA alertou Trump sobre citação em arquivos de Epstein, diz jornal

Brasil entra formalmente em ação da ONU contra Israel por genocídio em Gaza

Israel ameaça Gaza com nova escalada se não houver trégua com libertação de reféns