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Sindicatos argentinos e ativistas marcham contra austeridade de Macri

Corte de gastos são necessários para que Casa Rosada cumpra acordo com FMI; inflação no país passa de 50%

Medidas de cortes de gastos do governo vêm sendo criticadas desde o início do mandato. Na foto, opositores de Macri protestam em abril de 2017 (Marcos Brindicci/Reuters)

Medidas de cortes de gastos do governo vêm sendo criticadas desde o início do mandato. Na foto, opositores de Macri protestam em abril de 2017 (Marcos Brindicci/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de abril de 2019 às 12h54.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 13h00.

Buenos Aires — Sindicatos argentinos, pequenas empresas e ativistas foram às ruas na região central de Buenos Aires nesta quinta-feira, 4, para protestar contra medidas de austeridade do presidente da República, Maurício Macri, que eles culpam por amplificar as dificuldades para os trabalhadores e minar o crescimento econômico.

Milhares de manifestantes, observados pela polícia, percorreram vias próximas ao centro da capital argentina carregando cartazes coloridos com slogans pedindo "trabalho decente", "melhores salários" e "aumento da produção nacional".

Os líderes da Argentina têm endurecido a política econômica para cumprir as obrigações sob um acordo de 56,3 bilhões de dólares alcançado pelo país em recessão com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano passado. A inflação acentuada também atingiu fortemente o poder de compra individual.

Nesta quinta-feira, várias ruas do centro de Buenos Aires foram cercadas e houve forte presença policial em algumas esquinas. As manifestações aumentaram nos últimos meses.

As passeatas regulares aumentaram a pressão sobre o partido no poder, cujo índice de aprovação caiu neste ano, uma preocupação para Macri antes das eleições nacionais em outubro.

Apesar de alguns sinais de recuperação e uma esperada forte safra de grãos, a economia argentina tem sido pressionada pelas altas taxas de juros, por um peso fraco e pela inflação a uma taxa anual de mais de 50%.

Os críticos de Macri culpam seu programa de austeridade apoiado pelo FMI, destinado a reduzir a dívida pública. O governo de Macri e o FMI afirmam que as medidas são necessárias para reequilibrar a economia.

Cidadãos argentinos estão sentindo o impacto da crise, com contas de energia mais altas e baixa demanda doméstica atingindo empresas locais. Cerca de um terço do país vive agora abaixo da linha da pobreza, ao passo que a falta de moradia está aumentando.

Juntamente com as manifestações de rua, grupos da oposição peronista no Congresso planejam discutir uma série de projetos de lei para elevar as aposentadorias e controlar os aumentos de preços.

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