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Sindicato denuncia ação do governo venezuelano contra emissora

A medida, que pode levar a multas e a outras sanções, responde a uma entrevista em que um opositor criticou o presidente Nicolás Maduro

Nicolás Maduro: o vice-presidente do Legislativo disse que Maduro havia deixado de "ser presidente" (Getty Images)

Nicolás Maduro: o vice-presidente do Legislativo disse que Maduro havia deixado de "ser presidente" (Getty Images)

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AFP

Publicado em 20 de janeiro de 2017 às 09h19.

O maior sindicato de jornalistas da Venezuela denunciou nesta quinta-feira que o governo abriu um "procedimento administrativo" contra uma rede de televisão privada por uma entrevista na qual um deputado opositor considerava que o presidente Nicolás Maduro havia deixado de exercer seu cargo.

A Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) "abriu um procedimento administrativo à Globovisión por declarações de Freddy Guevara (no programa) "'Vladimir a la 1' do dia 11 de janeiro", afirmou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP).

A medida, que pode levar a multas e a outras sanções, responde a uma entrevista divulgada dois dias após a maioria opositora no Parlamento declarar Maduro em "abandono de cargo", ao responsabilizá-lo pela crise venezuelana por descumprimento de funções.

A decisão do Parlamento foi anulada pela justiça e classificada como uma tentativa de "golpe de Estado" pelo governante socialista.

"O SNTP, comprometido com as liberdades de expressão e opinião, rejeita a atuação da Conatel (...). Não à censura", acrescentou a organização em sua conta no Twitter.

Guevara, vice-presidente do Legislativo, disse que Maduro havia deixado de "ser presidente".

O jornalista Vladimir Villegas, apresentador do programa "Vladimir a la 1", rejeitou a ação da Conatel, alegando que atenta contra a liberdade de expressão. A Globovisión não emitiu um pronunciamento oficial.

Segundo a ONG Espacio Público, uma violação diária à liberdade de expressão foi registrada na Venezuela durante o ano passado. Contabilizou 366 agressões, incluindo 187 casos de violência contra trabalhadores da imprensa.

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