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Sindicato da Boeing aceita acordo e anuncia fim de greve de sete semanas

Trabalhadores estavam paralisados desde setembro e recusaram três propostas anteriores de acordo

Cartazes de piquete e pró-sindicato são retratados do lado de fora da Boeing Renton Production Facility um dia antes de os membros do sindicato em greve votarem em uma nova oferta de contrato em Renton, Washington, em 3 de novembro de 2024 (Jason Redmond/AFP)

Cartazes de piquete e pró-sindicato são retratados do lado de fora da Boeing Renton Production Facility um dia antes de os membros do sindicato em greve votarem em uma nova oferta de contrato em Renton, Washington, em 3 de novembro de 2024 (Jason Redmond/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 06h51.

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Trabalhadores da Boeing em Seattle, noroeste dos Estados Unidos, aprovaram na segunda-feira, 4, a proposta da empresa para encerrar mais de sete semanas de greve que custou mais de 10 bilhões de dólares (57 bilhões de reais) para o grupo e seus fornecedores.

Após a rejeição de duas ofertas anteriores, a filial IAM-District 751 do sindicato de maquinistas IAM ratificou com 59% de apoio a última proposta da direção da empresa, que prevê importantes aumentos salariais, anunciou a organização.

A decisão provocará o retorno ao trabalho de quase 33.000 funcionários em greve e a retomada das operações em duas grandes fábricas.

"A greve termina e agora nossa tarefa é voltar ao trabalho e começar a fabricar aviões (...) e devolver esta empresa ao sucesso financeiro", afirmou Jon Holden, diretor do sindicato.

Boeing registra perdas de US$ 6,2 bilhões e espera final da greve

"Estou orgulhos dos nossos membros", afirmou. "Conseguiram muito e estamos prontos para seguir em frente", acrescentou.

O novo acordo garante um aumento salarial de 38% ao longo de quatro anos, próximo dos 40% exigidos pelo sindicato.

Também inclui um bônus de 12.000 dólares e dispositivos para aumentar as contribuições da empresa a um plano de aposentadoria e conter os custos da assistência médica.

O acordo, no entanto, não restabelecerá o antigo plano de pensões da Boeing, como desejavam os funcionários mais antigos.

O CEO do grupo, Kelly Ortberg, se declarou "feliz" com o acordo. "Os últimos meses foram difíceis para todos nós, mas agora fazemos parte da mesma equipe", disse.

Ortberg destacou "a importância deste momento para a nossa história e para as gerações futuras". "Há muito trabalho a fazer para retornar à excelência que fez da Boeing uma empresa emblemática", afirmou.

Segundo o Anderson Economic Group, esta é a greve mais cara do século nos Estados Unidos, com um impacto indireto de mais de 11,56 bilhões de dólares (66 bilhões de reais) desde o dia 13 de setembro.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, parabenizou as partes "por alcançarem um acordo que reflete o trabalho duro e os sacrifícios dos 33.000 funcionários".

Além disso, a poucas horas das eleições presidenciais do país, ele ressaltou o apoio da sua equipe econômica aos processos de negociação.

"Ao longo dos últimos quatro anos, nós demonstramos que a negociação coletiva funciona. Os bons acordos beneficiam os trabalhadores, as empresas e os consumidores", declarou Biden.

Boeing congela contratações e salários em meio à crise e greve de funcionários

Bancos de alimentos

O acordo coletivo finalmente aprovado foi a quarta oferta apresentada pelo gigante da aviação desde o início de setembro, mas apenas a terceira submetida ao voto dos sindicatos.

A primeira, rejeitada em 12 de setembro por quase 95% dos membros do sindicato e que desencadeou a greve, previa um aumento salarial de 25%.

A direção da empresa propôs então 30% e 35%, até chegar aos 38% finalmente aprovados.

Também manteve o compromisso de fabricar seu próximo modelo de avião, previsto para 2035, na região de Seattle, o berço da Boeing, o que garante dezenas de milhares de empregos por décadas.

Os grevistas, sem seguro de saúde desde o final de setembro, recebiam 250 dólares semanais do sindicato desde a quarta semana de paralisação e alguns dependiam da ajuda de bancos de alimentos.

O fim da greve também é crucial para a Boeing, que enfrenta graves dificuldades financeiras. As duas fábricas afetadas produzem os aviões 737 (seu principal modelo), 777, 767 e vários programas militares.

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