Redação Exame
Publicado em 10 de novembro de 2025 às 05h46.
O Senado dos Estados Unidos aprovou, no final da noite de domingo, 9, o procedimento que permite avançar em um projeto de lei para reabrir o governo federal, após 40 dias de paralisação orçamentária — a mais longa da história americana. O texto recebeu o apoio de sete senadores democratas e do independente Angus King, rompendo com a posição majoritária do partido.
A proposta assegura o financiamento de agências e departamentos federais, como os de Agricultura e Assuntos de Veteranos, até 30 de janeiro, além do pagamento retroativo a mais de 650 mil funcionários federais que estão sem salário há mais de um mês.
Segundo os democratas que apoiaram o projeto, a única alternativa possível à mesa era o acordo proposto pelos republicanos, que também se comprometeram a votar, em dezembro, a extensão dos subsídios da Affordable Care Act — o Obamacare — considerados um ponto de bloqueio para o avanço do orçamento.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, posicionou-se contra o texto, criticando o presidente Donald Trump por tratar os americanos afetados como "reféns" durante o fechamento. "A crise de cuidados de saúde é tão grave que não posso apoiar esta resolução de continuidade", declarou. A senadora Elizabeth Warren também rejeitou o acordo, considerando-o um "grande erro".
Entre os críticos na Câmara dos Representantes, o democrata Hakeem Jeffries e o presidente do caucus do partido, Pete Aguilar, também se opõem ao texto, por não resolver a crise de saúde pública nos EUA.
O bloqueio orçamentário afetou diretamente os serviços essenciais, como a distribuição de cupons alimentares e a segurança em aeroportos. Sem remuneração, muitos servidores recorreram a doações de comida e empréstimos emergenciais. Economistas alertaram que a paralisação prolongada poderia afetar o crescimento da economia americana.
O texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara para que o governo seja oficialmente reaberto.