Os Estados Unidos lidam com escassez de profissionais de controle de tráfego aéreo há mais de uma década. (Sara Haj-Hassan)
Colaboradora
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 12h24.
Os aeroportos dos Estados Unidos enfrentam nesta quinta-feira, 9, o quarto dia seguido de caos nos voos. A crise é resultado direto da paralisação do governo federal, que já dura nove dias e deixou milhares de controladores de tráfego aéreo trabalhando sem receber.
Desde segunda-feira, quase 10 mil voos sofreram atrasos no país. A Administração Federal de Aviação (FAA) reduziu o número de decolagens e pousos em diversas regiões por falta de pessoal suficiente nas torres de controle.
A situação atual se agrava mais rapidamente do que na última grande paralisação do governo, ocorrida em 2019 durante o primeiro mandato de Donald Trump. Naquela ocasião, o shutdown durou 35 dias.
Cerca de 13 mil controladores de tráfego aéreo e aproximadamente 50 mil funcionários da Administração de Segurança nos Transportes (TSA) continuam trabalhando durante a paralisação, mas sem receber salário.
O secretário de Transportes Sean Duffy admitiu na segunda-feira, 6, que houve aumento nas licenças médicas entre controladores. Em algumas áreas do país, o efetivo caiu pela metade desde o início do shutdown.
Os controladores devem receber um pagamento parcial em 14 de outubro, referente apenas aos dias trabalhados antes da paralisação.
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O governador de Maryland, Wes Moore, e parlamentares democratas protestaram nesta quarta, 8, no Aeroporto Internacional de Baltimore-Washington. Moore criticou Trump por "não ter conseguido fechar um acordo" para manter o governo funcionando.
O deputado democrata Kwiesi Mfume propôs uma legislação emergencial para garantir o pagamento dos controladores durante o impasse. "As pessoas estão começando a ter medo de voar. Como nação, nunca deveríamos chegar a esse ponto", afirmou.
Os Estados Unidos lidam com escassez de profissionais de controle de tráfego aéreo há mais de uma década. Atualmente, a FAA tem cerca de 3.500 controladores a menos do que o necessário.
E, mesmo antes da paralisação, muitos controladores já cumpriam horas extras obrigatórias e trabalhavam seis dias por semana.