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Shirin Ebadi pede a Dilma que não se cubra com véu caso visite o Irã

Nobel da Paz fez o pedido à presidente eleita para mostrar que lei do país é incorreta

Segundo Dila Rousseff, sem o aumento de salário "não teremos ministros" (Renato Araujo/AGÊNCIA BRASIL)

Segundo Dila Rousseff, sem o aumento de salário "não teremos ministros" (Renato Araujo/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 14h55.

Rio de Janeiro - A nobel da paz iraniana, Shirin Ebadi, pediu neste domingo à presidente eleita, Dilma Rousseff, que caso visite o Irã "não cubra a cabeça com um véu", para defender os direitos das mulheres.

"Todas as mulheres, muçulmanas ou não, que chegam ao Irã têm que cobrir a cabeça. Alguém tem que mostrar ao Governo do Irã que esta lei não é correta", afirmou Shirin em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

Dilma, que substituirá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1º de janeiro, não antecipou como serão suas relações com o Irã, mas precisou que tem "uma posição bem intransigente" em relação à defesa dos direitos humanos.

Shirin também pediu à presidente eleita que converse com movimentos independentes de mulheres iranianas, "não só com as que estão no Parlamento", e criticou Lula por ignorar seus pedidos de defender os oprimidos pelo regime islâmico.

"Lula visitou Teerã, abraçou o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, deu um beijo no rosto e foi embora. Parece que se esqueceu das pessoas que morrem e são presas no Irã", assinalou.

A advogada e opositora iraniana lembrou o passado sindicalista do presidente Lula e disse que lhe enviou "mensagens" para que se reunisse com as famílias de trabalhadores iranianos presos pela relação com os sindicatos.

"Quando Lula esteve no Irã, Mansour Osanlou, um líder sindical como ele, já cumpria uma pena de cinco anos. A Organização Mundial do Trabalho pediu sua libertação, mas Lula ignorou", acrescentou.

Além disso, a nobel criticou a forma de atuar do Governo brasileiro na questão nuclear, o qual, para ela, "não foi capaz de resolver nada".

Recentemente o Brasil estreitou relações com o Irã e defendeu seu direito de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos.

Na sua visita a Teerã em maio, Lula e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, assinaram um acordo com o Irã para a troca de urânio destinado a seus reatores nucleares com fins científicos.

Este acordo foi rejeitado pelas potências nucleares, que acusam Teerã de ocultar em seu programa civil outro clandestino, com objetivos militares, com o qual pretende criar um arsenal de bombas atômicas.

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