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Sheinbaum diz que rejeitou oferta de Trump de enviar militares dos EUA ao México

Um dos argumentos de Trump para impor tarifas ao México e o Canadá é que não estão fazendo o suficiente para impedir o tráfico de migrantes e drogas, especialmente o fentanil, para os Estados Unidos.

Sheinbaum diz que rejeitou oferta de Trump de enviar militares dos EUA ao México (AFP)

Sheinbaum diz que rejeitou oferta de Trump de enviar militares dos EUA ao México (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2025 às 18h27.

A presidente mexicana, Claudia Sheibaum, afirmou, neste sábado (3), que rejeitou uma oferta de seu contraparte americano, Donald Trump, de enviar militares ao México para combater os cartéis do narcotráfico.

Em um evento público, Sheinbaum se referiu a relatos do The Wall Street Journal de que o republicano a havia pressionado para que o México aceitasse a presença de soldados americanos em seu território.

“É verdade (...) mas não é como dizem”, disse Sheinbaum, explicando que, em uma ligação, Trump lhe perguntou como ela poderia ajudar a combater o crime organizado e propôs o envio do exército.

"Lhe disse: 'Não, presidente Trump, o território (do México) é inviolável, a soberania é inviolável (...), nunca vamos aceitar a presença do Exército americano em nosso território", afirmou.

Ela explicou que ofereceu ao presidente dos EUA a colaboração e o compartilhamento de informações.

O próprio Trump reconheceu na semana passada, em uma entrevista ao meio de comunicação conservador The Blaze, que se ofereceu para ajudar na luta contra os cartéis. Mas ele disse que recebeu uma recusa.

Ele também insistiu que o México "precisa" dessa ajuda. "Em algum momento, talvez algo tenha que acontecer. Isso não pode continuar assim", disse o presidente após ser questionado sobre uma possível intervenção.

Freio ao tráfico de armas

De acordo com a imprensa dos EUA, a tentação de enviar os militares para o sul de sua fronteira está presente desde a primeira presidência de Trump (2017-2021).

Uma das maiores reclamações de Trump, e argumento para impor tarifas, é que o México e o Canadá, seus vizinhos e parceiros comerciais no T-MEC, não estão fazendo o suficiente para impedir o tráfico de migrantes e drogas, especialmente o fentanil, para os Estados Unidos.

Por sua vez, uma antiga queixa mexicana é que Washington não conseguiu impedir o fluxo de armas que alimenta as gangues criminosas mexicanas.

Sheinbaum disse que, nessa área, ela pediu ajuda ao chefe de Estado. “Ontem (sexta-feira), o presidente deu uma ordem para que tudo o que for necessário seja feito para impedir que armas entrem em nosso país vindas dos Estados Unidos”, disse ela.

O México vem sendo atingido há quase duas décadas por uma onda de violência ligada ao tráfico de drogas que resultou em mais de 450.000 assassinatos, a maioria deles ligados ao crime, de acordo com números oficiais.

Os analistas veem essas pressões como uma manobra do presidente dos EUA para forçar o México a redobrar seus esforços de segurança.

O governo de Sheinbaum multiplicou as apreensões de drogas, enviou 10.000 soldados para a fronteira e entregou 29 chefes do tráfico à Justiça dos EUA em fevereiro passado.

Após assumir o cargo, Trump declarou uma “emergência” ao longo da fronteira compartilhada de 3.100 quilômetros e ordenou o envio de cerca de 9.600 militares.

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