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Sexta de mais combates em Alepo e manifestações na Síria

Depois de dois meses de intensos combates insuficientes para definir o futuro de Alepo, os rebeldes e as tropas do regime continuam a disputar o controle desta cidade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2012 às 15h10.

Alepo - O Exército, apoiado por tanques e helicópteros, trava intenso combate com os rebeldes perto de suas bases na cidade estratégica de Alepo, na Síria, onde novas manifestações contra o regime foram realizadas nesta sexta-feira com o lema "os bem-amados do Profeta são massacrados".

Apesar da violência, protestos pedindo a saída do presidente Bashar al-Assad foram organizados principalmente em Idleb (noroeste), Alepo (norte), Damasco, Hama (centro) e na região de Deraa (sul) na saída das mesquitas, após a oração semanal do meio-dia.

Os militantes anti-regime convocam manifestações todas as sextas-feiras desde o início do conflito, há 18 meses, mas desta vez, a alusão ao profeta Maomé não foi fortuita, já que o mundo muçulmano é sacudido por manifestações contra um filme que denigre o Islã e pelas charges do Profeta.

Depois de dois meses de intensos combates insuficientes para definir o futuro de Alepo, os rebeldes e as tropas do regime continuam a disputar o controle desta grande metrópole do norte.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), combates foram relatados nos arredores da base de Hanano, com helicópteros do Exército metralhando a região. Confrontos também foram registrados em vários outros bairros de Alepo, acompanhados de bombardeios.

No mercado da Cidade Velha, as lojas continuam com as portas fechadas, enquanto rebeldes estão posicionados nos cruzamentos de vielas sobrevoadas por helicópteros, constatou a AFP.

Perto de Alepo, também houve combates na região do aeroporto militar de Managh, indicou o OSDH.

Em Damasco, a agência oficial Sana indicou a descoberta por parte do Exército de 25 corpos em uma vala comum em Qadam, um dos bairros declarados "destruídos" pela oposição, depois de meses de violentos combates. A agência acusou "grupos terroristas" pelas mortes.


O ataque aos bairros rebeldes de Homs (centro) continuam, assim como em Deir Ezzor (leste), segundo o OSDH.

Várias localidades foram alvos de bombardeios na província de Deraa, berço do movimento de contestação, que se militarizou com a repressão do regime, de acordo com a mesma fonte.

Além disso, três membros do Comitê de Coordenação para a Mudança Nacional e Democrática (CCCND), grupo de oposição com sede na Síria, foram sequestrados na quinta-feira no aeroporto de Damasco, segundo o grupo e o OSDH.

Segundo um registro provisório do OSDH, 35 pessoas, entre elas 20 civis, foram mortas nesta sexta-feira em todo o país.

No exterior, o Iraque anunciou ter proibido um avião norte-coreano de sobrevoar seu território em direção à Síria, por suspeita de transportar armas para o regime de Assad.

Uma autoridade da Otan, o general alemão Manfred Lange, afirmou que a situação na Síria "não pode ser resolvida pelos militares". "O processo político deve ser priorizado e as sanções, aplicadas", acrescentou.

Diante de uma situação humanitária que se agrava, o Programa Alimentar Mundial da ONU pediu melhor acesso às regiões mais afetadas, que necessitam de alimentos, medicamentos e abrigos. A meta é ajudar 1,5 milhão de pessoas este mês.

A Rússia, aliada do regime de Assad, enviou nas últimas 24 horas cerca de 80 toneladas de alimentos, segundo a Sana.

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