Moon Jae-in: proposta de diálogo foi feita em um momento marcado pelo aumento da tensão na península coreana (Kim Hong-Ji/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2017 às 06h31.
Última atualização em 17 de julho de 2017 às 09h08.
Seul - A Coreia do Sul propôs nesta segunda-feira negociações com a Coreia do Norte, na primeira abertura à Pyongyang pelo governo do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, para discutir maneiras de evitar atos de hostilidade perto da fronteira fortemente militarizada.
Não houve resposta imediata da Coreia do Norte à proposta para conversas nesta semana. Os dois lados continuam tecnicamente em guerra, mas Moon, que chegou ao poder em maio, prometeu engajar o regime norte-coreano no diálogo, bem como pressionar para impedir seu programa nuclear e de mísseis.
A oferta ocorreu após a Coreia do Norte afirmar ter conduzido o primeiro teste de um míssil balístico intercontinental no início do mês, e dizer ter dominado a tecnologia para montar uma ogiva nuclear no míssil. A Coreia do Sul e os Estados Unidos, seu principal aliado, contestam a afirmação.
"Negociações e cooperação entre as duas Coreias para aliviar a tensão e trazer paz na península coreana serão fundamentais para impulsionar um ciclo virtuoso mútuo por relações inter-coreanas e o problema nuclear da Coreia do Norte", disse o Ministro da Unificação da Coreia do Sul, Cho Myoung-gyon, em entrevista coletiva.
O Ministério da Defesa sul-coreano propôs negociações com a Coreia do Norte em 21 de julho em Tongilgak para interromper todas as atividades que estimulam tensão na linha de demarcação militar.
Tongilgak é um prédio norte-coreano na "cidade-trégua" de Panmunjom, na fronteira, usado para as negociações inter-coreanas anteriores. As últimas conversas ocorreram em dezembro de 2015.
Cho também demandou a restauração do Exército e de linhas diretas do governo em toda a fronteira, que foram cortadas pelo Norte no ano passado em resposta à imposição de sanções econômicas pelo Sul após um teste nuclear por Pyongyang. Ao total, o regime norte-coreano conduziu cinco testes nucleares e inúmeros testes de mísseis.
A Coreia do Sul também propôs negociações separadas por organizações da Cruz Vermelha, para retomar um projeto humanitário de reunir famílias separadas durante a Guerra Coreana de 1950 a 1953 em eventos supervisionados de alguns dias.