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Seul e Tóquio discutem conflito sobre escravas sexuais

O chanceler do Japão, Fumio Kishida, anunciou que Tóquio se compromete a fornecer 1 bilhão de ienes para um fundo de compensação às vítimas


	 Violência: estima-se que cerca de 200 mil mulheres foram forçadas a prestar serviços sexuais a tropas japonesas
 (Reuters)

Violência: estima-se que cerca de 200 mil mulheres foram forçadas a prestar serviços sexuais a tropas japonesas (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 09h42.

Seul - Japão e Coreia do Sul fecharam nesta segunda-feira em Seul um acordo para desentravar o maior empecilho em seus laços bilaterais, o conflito em torno das milhares de coreanas obrigadas pelo Exército japonês a se prostituir antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

O chanceler do Japão, Fumio Kishida, anunciou que Tóquio se compromete a fornecer 1 bilhão de ienes para um fundo de compensação às vítimas, informou a agência sul-coreana "Yonhap".

Além disso, Kishida expressou em entrevista coletiva conjunta com seu colega sul-coreano, Yun Byung-se, as "profundas desculpas" do governo do Japão pelo prejuízo causado às mulheres coreanas recrutadas necessariamente pelo Exército japonês há mais de 70 anos.

O ministro das Relações Exteriores japonês também entregou ao sul-coreano uma carta do primeiro-ministro, Shinzo Abe, na qual este expressa seu "sincero arrependimento" pelo citado episódio histórico e pede "desculpas" às vítimas.

O acordo fechado hoje deve pôr fim às disputas entre Seul e Tóquio por causa do assunto das chamadas eufemisticamente "mulheres de conforto", que foi a principal fonte de conflito nas relações bilaterais nas últimas décadas.

Estima-se que cerca de 200 mil mulheres foram forçadas a prestar serviços sexuais a membros das tropas japonesas, principalmente na China e na península de Coreia, começando nos anos 30 do século passado e, sobretudo, nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, que terminou em 1945.

Seul pediu durante anos a Tóquio que compensasse as vítimas, mas o governo japonês considerava que já o tinha feito com o tratado de normalização de relações de 1965.

Em virtude daquele acordo, o Japão concedeu cerca de US$ 360 milhões ao governo do ditador Park Chung-hee, pai da atual presidente sul-coreana, Park Geun-hye, para indenizar todas as vítimas da colonização e dar por encerrado o assunto. 

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