MULHER ERGUE BANDEIRA PALESTINA: Sete palestinos, entre eles dois adolescentes de 12 e 14 anos, morreram nesta sexta-feira (Mohammed Salem/Reuters)
AFP
Publicado em 28 de setembro de 2018 às 20h04.
Sete palestinos, entre eles dois adolescentes de 12 e 14 anos, morreram nesta sexta-feira por disparos de soldados israelenses durante manifestações e confrontos na fronteira entre Gaza e Israel, informou o Ministério da Saúde do enclave palestino.
Segundo o ministério, essa sexta-feira foi o dia mais violento desde 14 de maio, quando mais de 60 palestinos morreram em atos de violência que coincidiram com a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, algo que provocou indignação entre os palestinos.
Depois de várias semanas de relativa calma, esses enfrentamentos lembraram quão precária é a situação dentro e ao redor da Faixa de Gaza, um território palestino empobrecido e liderado pelo movimento islamita Hamas.
Nasser Mosabih, de 12 anos, foi vítima de um disparo na cabeça na fronteira leste de Jan Yunis no sul de Gaza, informou o porta-voz do ministério Ashraf al Qodra à AFP, em um dos dias mais violentos desde que começaram os protestos em 30 de março.
Outras das vítimas, Mohammed al Hum, de 14 anos, e Iyad Al Shaar, de 18, foram atingidos por disparos em distintos confrontos no centro e no norte do enclave, disse à AFP o porta-voz do ministério Achraf al Qodra.
Em um último balanço, informou sobre a morte de outros quatro palestinos na faixa dos 20 anos, disse o porta-voz sem informar a identidade nem as circunstâncias em que essas pessoas morreram.
Os sete palestinos "morreram pelos disparos de balas reais das forças israelenses", afirmou Qodra, acrescentando que houve mais de 200 feridos, por bala ou por inalação de gases lacrimogêneos.
O exército israelense informou sobre manifestações e confrontos em que participaram mais de 20.000 palestinos em diferentes pontos do enclave ao longo da barreira de segurança que separa a Faixa de Gaza do território israelense.
Os israelenses disseram que atiraram em resposta ao lançamento de objetos explosivos e pedras às suas tropas. No entanto, não deram declarações sobre os palestinos mortos.
O exército acrescentou que identificou a infiltração em seu território de vários palestinos que logo voltaram.
Além de usar meios antidistúrbios para manter aos palestinos, os aviões de guerra israelenses atacaram duas posições de Hamas, que Israel responsabiliza por tudo o que acontece em Gaza, segundo o exército.
Desde 30 de março, foram realizadas manifestações ao longo da barreira de segurança que separa de Israel do território palestino para exigir a suspensão do bloqueio israelense e o direito ao retorno dos palestinos que foram expulsos ou fugiram de suas terras com a criação de Israel em 1948.
Ao menos 194 palestinos morreram por disparos israelenses desde março, a maioria em manifestações e confrontos na fronteira. Por sua vez, Israel perdeu um soldado.
Israel acusa o Hamas, o movimento islamita que controla a Faixa de Gaza, de organizar essas manifestações, e afirma que os soldados somente protegem a fronteira para evitar a infiltração de palestinos.
Israel e Hamas se enfrentaram em três guerras desde 2008.