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Sete países pedem suspensão da Venezuela na OEA

Brasil, Argentina, Canadá, Chile, EUA, México e Peru citaram artigos da Carta Democrática Interamericana para "promover a normalização democrática" no país

Maduro: chanceler venezuelano na OEA, Jorge Arreaza, classificou ação como um "ato ingerencista" e destacou "perseguição criminosa" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Maduro: chanceler venezuelano na OEA, Jorge Arreaza, classificou ação como um "ato ingerencista" e destacou "perseguição criminosa" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de junho de 2018 às 19h51.

Sete países americanos propuseram nesta segunda-feira (4) iniciar o processo para suspender a Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA) por ruptura da ordem democrática, segundo um documento debatido na 48ª Assembleia Nacional do organismo em Washington.

O texto apresentado por Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos, México e Peru, que esperam que seja votado no plenário da assembleia, foi repudiado pela Venezuela como "um ato ingerencista".

O "projeto de resolução sobre a situação na Venezuela", apresentado pelas missões permanentes desses países na OEA propõe aplicar os mecanismos previstos na Carta Democrática Interamericana quando ocorre uma "alteração da ordem constitucional que afete gravemente a ordem democrática" de um Estado-membro.

O ponto 10 do projeto pede especificamente a aplicação do estipulado nos artigos 20 e 21 da Carta para "promover a normalização da institucionalidade democrática".

Esses mecanismos vão desde gestões diplomáticas até a convocação a uma assembleia geral extraordinária que, por dois terços dos votos, pode decidir suspender o Estado-membro de sua participação no fórum regional.

Em entrevista coletiva, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, insultou o "cartel organizado contra a Venezuela" e disse que esse projeto é mais uma das coisas feitas pelo "'pistoleiro-geral' da OEA", em alusão ao secretário-geral Luis Almagro, duro crítico do governo de Nicolás Maduro.

"Interpretamos como um ato ingerencista", disse, considerando essa ação da OEA como "desesperada".

"Como vão nos suspender se já saímos?", questionou, destacando que, em abril de 2017, a Venezuela solicitou sua saída da OEA, processo que levará dois anos. "Nós já saímos", insistiu.

Explicou que a sua presença nesta assembleia responde à necessidade de defender o modelo venezuelano "que foi eleito por 68% dos eleitores", e que a OEA pretende desconhecer.

"Existe uma perseguição criminosa contra a Venezuela", disse.

Fontes diplomáticas disseram à AFP que o projeto de resolução deve ser discutido nesta segunda e votado na terça-feira.

Para aprovar uma resolução na OEA, é necessário contar com maioria simples, ou seja, 18 votos. A OEA conta com 35 membros, embora somente 34 estejam ativos, posto que Cuba não participa.

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