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Forças leais a Maduro cercam prédio da Assembleia Nacional da Venezuela

Casa é controlada por opositores de Nicolás Maduro e discutiria hoje a perseguição de críticos pelo governo chavista

Venezuela: policiais bloqueiam entrada à Assembleia Nacional (Ivan Alvarado/Reuters)

Venezuela: policiais bloqueiam entrada à Assembleia Nacional (Ivan Alvarado/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de maio de 2019 às 13h15.

Última atualização em 14 de maio de 2019 às 17h02.

Caracas — Mais de 100 agentes policiais foram mobilizados nesta terça-feira nos arredores da sede do parlamento da Venezuela em Caracas depois que circulou na internet uma denúncia de uma suposta bomba dentro do Palácio Legislativo.

Até agora, os funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), que estão presentes no local, não permitem a entrada de deputados e nem de funcionários à sede do parlamento.

"Funcionários do esquadrão antibomba do Sebin entraram no Palácio Federal Legislativo. Aparentemente, uma suposta bomba teria sido colocada lá dentro", informou o parlamento através do Twitter.

Minutos depois, o Poder Legislativo, que é controlado pela oposição ao chavismo, afirmou que o Sebin impediu seus funcionários de segurança de "verificar" a situação, o que já ocorreu em outras oportunidades, como em 5 de janeiro, quando, depois de uma longa revisão, nada foi encontrado.

Os agentes da GNB fecharam os acessos ao palácio e estão ampliando o perímetro de segurança, evitando assim que o povo tenha qualquer possibilidade de se aproximar do recinto, segundo constatou a Agência Efe.

Hoje, o parlamento deveria debater a "perseguição" contra deputados atribuída ao governo de Nicolás Maduro.

Essa sessão é a primeira convocada desde que o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) acusou dez deputados de vários crimes relacionados com a rebelião militar de 30 de abril, liderada pelo presidente do parlamento, Juan Guaidó, que é reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.

Desde então, o chavismo suspendeu a imunidade parlamentar de sete acusados e a justiça decidiu pela prisão de um deles, o primeiro vice-presidente do Legislativo, Edgar Zambrano.

Dois dos deputados acusados pela rebelião militar fracassada, Henry Ramos Allup e Simón Calzadilla, se apresentariam no plenário de hoje mesmo com a possibilidade de serem presos.

Além disso, a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), dominada pelo chavismo, também tinha uma sessão pautada para hoje.

O líder do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, afirmou que o governante Nicolás Maduro quis "sequestrar o poder legislativo" ao ativar o esquema policial em um dia de sessões alegando uma ameaça de bomba.

"Tentam sequestrar o poder legislativo enquanto o ditador se entrincheira sozinho, em um palácio onde não deveria estar, suspeitando de todos ao redor", escreveu Guaidó no Twitter.

Para o autoproclamado presidente, Maduro "volta a mostrar medo diante da legitimidade da Assembleia Nacional (AN)" com a grande operação da qual participam membros da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), da Polícia Nacional Bolivarana (PNB) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).

Todos eles estão presentes na sede do Parlamento e não permitem a entrada de deputados e nem de funcionários. Além disso, ninguém ofereceu detalhes sobre a suposta ameaça.

O contingente da GNB fechou os acessos ao palácio e, posteriormente, ampliou o perímetro, diminuindo a possibilidade de cidadãos comuns se aproximarem.

Para esta terça-feira, o Legislativo deve debater a "perseguição" contra deputados atribuída ao governo Maduro.

"Covarde como é, faz com que seu grupo de perseguição política ameace, não somente os deputados eleitos pelo povo, mas também os trabalhadores da AN", disse Guaidó em mensagem no Twitter.

Guaidó também reiterou que Maduro "acredita que o poder está nos edifícios, nas gavetas, em um molho de chaves", quando "o poder que alguma vez (ele e seu grupo político) tiveram, perderam quando perderam o povo"

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