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Vice-presidente da Assembleia Nacional, aliado de Guaidó, é preso

Segundo o governo dos EUA, se Zambrano não for libertado imediatamente "haverá consequências"

Juan Guaidó: "O medo não vai nos deter", afirmou o venezuelano depois das prisões (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Juan Guaidó: "O medo não vai nos deter", afirmou o venezuelano depois das prisões (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de maio de 2019 às 07h10.

Última atualização em 9 de maio de 2019 às 09h25.

Agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) prenderam nesta quarta-feira (8) à noite o vice-presidente do Parlamento, o oposicionista Edgar Zambrano.

O anúncio foi feito pelo próprio Zambrano - número 2 de Juan Guaidó na Assembleia Nacional -, em sua conta no Twitter.

Ele disse que foi surpreendido pelo Sebin e, como se negou a sair do carro, usaram um guincho para transportá-lo, de maneira forçada, diretamente ao Helicoide (prisão do Sebin). "Nós democratas vamos continuar a lutar", afirmou.

Em outra mensagem, publicada na mesma rede momentos antes, o deputado alertou o povo venezuelano de que se encontrava dentro do seu carro, na sede do partido, a Ação Democrática, em La Florida.

Washington reagiu à prisão afirmando que foi "arbitrária, ilegal e indesculpável", e que Maduro e seus cúmplices são responsáveis diretos pela segurança de Zambrano.

Segundo o governo dos EUA, se Zambrano não for libertado imediatamente "haverá consequências".

A União Europeia (UE) pediu nesta quinta-feira a "libertação imediata" de Zambrano.

"A detenção do vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, pela polícia secreta venezuelana constitui outra flagrante violação da Constituição do país", denunciou a porta-voz de Relações Exteriores da UE, Maja Kocijancic, em um comunicado.

A UE pediu "respeito" aos direitos civis e à imunidade parlamentar de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo seu presidente Juan Guaidó.

Pressão do Supremo

Nesta quarta-feira, o TSJ elevou para dez o número de deputados opositores processados por apoiar a tentativa de revolta popular da semana passada, ao incluir outros três legisladores.

Os parlamentares Freddy Superlano, Sergio Vergara e Juan Andrés Mejía foram incluídos no grupo de legisladores acusados de traição à pátria, conspiração e rebelião civil, informou o TSJ.

Além de Zambrano, o Supremo já havia acusado pelos mesmos crimes outros seis deputados opositores pela tentativa de revolta militar de 30 de junho, liderada por Guaidó, reconhecido presidente interino por cerca de 50 países.

O TSJ comunicou a decisão sobre os três congressistas à Assembleia Constituinte, controlada pelo chavismo, para que retire sua imunidade parlamentar, como já fez com os outros sete parlamentares.

Além de Freddy Superlano, Sergio Vergara e Juan Andrés Mejía, o TSJ acusa de traição à pátria Zambrano, Luis Florido, Henry Ramos Allup, Richard Blanco, Marianela Magallanes, Simón Calzadilla e Amerigo De Grazia.

Vários deputados apoiaram o princípio de revolta, deflagrada diante da base aérea de La Carlota, em Caracas.

Os confrontos ocorridos devido à tentativa de revolta deixaram seis mortos e mais de 200 detidos, segundo o procurador-geral, Tarek William Saab.

A deputada Mariela Magallanes se refugiou na residência do embaixador da Itália em Caracas, enquanto seus colegas se afastaram de atividades públicas.

Magallanes receberá "a proteção e a hospitalidade de acordo com as convenções diplomáticas", assinalou o chanceler italiano, Enzo Moavero Milanesi, em um comunicado que condenou as medidas do Supremo.

"O medo não vai nos deter", afirmou Guaidó nesta quarta-feira em entrevista à AFPTV em La Guaira (30 km ao norte de Caracas).

"É a única estratégia que resta a um regime sem respostas ao povo (...). Só lhes resta gerar o medo".

 

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