Serviço Postal dos Estados Unidos (US Postal Service Mail Delivery): o especialista em segurança cibernética, Bruce Schneier, ressaltou que este programa também permite rastrear "nomes, direções, direções de remetentes e lugares de franquia postal. (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2013 às 16h07.
Washington - O Serviço Postal dos Estados Unidos vigia a correspondência dos cidadãos de forma similar ao programa de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) às atividades na internet e aos registros telefônicos, indicou nesta quinta-feira o jornal "The New York Times".
Segundo a denúncia do jornal, que cita fontes policiais e do próprio serviço dos correios, o Serviço Postal dos EUA fotografou aproximadamente 160 bilhões de envelopes, pacotes e cartões postais no último ano.
Esta atividade faz parte do programa de Controle e Rastreamento de Isolamento Postal, no qual os computadores do Serviço Postal analisam as imagens do exterior de cada peça de correspondência que passa pelo sistema.
"É um dos dois programas que mostram que a correspondência postal passa por uma vigilância similar à das ligações telefônicas e dos e-mails por parte da NSA", informou o jornal, que ressaltou que as cartas e pacotes não podem ser abertos sem ordem judicial, enquanto o programa de rastreamento registra somente imagens externas.
"No entanto, a observação exterior das cartas e outras correspondências permite saber onde os senhores têm conta bancária, com quem se comunicam e todo tipo de informação útil que os investigadores podem obter somente com uma autorização judicial", afirmou ao jornal James Wedick, um ex-agente do FBI (FBI), que acrescentou que não se sabe por quanto tempo o governo mantém essas imagens.
Já o especialista em segurança cibernética, Bruce Schneier, ressaltou que este programa também permite rastrear "nomes, direções, direções de remetentes e lugares de franquia postal. De acordo com Schneier, essas informações dão possibilidade do governo criar um mapa bastante amplo sobre seus contatos, mesmo sem ler o conteúdo das cartas".