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Serra reúne aliados, dá recados e ataca forte o governo

José Serra falou de futuro, garantindo maioria no Congresso caso seja eleito em 25 dias

Serra endureceu suas críticas, sobretudo em relação aos valores morais (.)

Serra endureceu suas críticas, sobretudo em relação aos valores morais (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

Brasília - Um José Serra seguro e mais incisivo contra o governo apareceu diante dos principais aliados regionais nesta quarta-feira para dar diversos recados.

O primeiro: manterá a estratégia original de comparar biografias com Dilma Rousseff (PT) e pontuar suas diferenças.

A uma plateia de autoridades regionais, muitas das quais vitoriosas e algumas outras tantas derrotadas nas urnas de domingo, o tucano fez um discurso para dentro.

O objetivo foi mostrar força, unidade, e motivar sua coligação a colocar o bloco na rua para multiplicar os 33 milhões de votos recebidos em 3 de outubro.

"Foi um discurso para dar a linha de ação neste segundo turno", disse o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que não conseguiu se eleger senador no último domingo.

Serra endureceu suas críticas, sobretudo em relação aos valores morais. "Nós não queremos um Brasil parecido com a casa da mãe Joana, onde os governos fazem o que querem, como querem e na hora que querem. Queremos um governo que respeite as instituições."

O evento foi um contraponto à reunião feita por Dilma na segunda-feira, em que reuniu governadores e senadores vitoriosos.  

O clima desta noite não irradiava a tensão do encontro da petista, em que diversos aliados demonstravam uma dose de preocupação com a disputa.

Diversos oposicionistas mostraram otimismo nesta quarta. Celebram uma disputa muito mais equilibrada nesta fase da campanha. O tempo de TV de cada lado, por exemplo, passa a ser dividido igualmente entre os dois presidenciáveis.

Serra voltou a ressaltar sua biografia "limpa", induzindo à comparação com os recentes escândalos que acabaram por tirar o primeiro turno das mãos do PT. 


"Ocupo cargos há 27 anos, vocês nunca ouviram falar de alguma sujeirinha de minha vida."

A plateia escutava atenta e pareceu não ter ligado quando o candidato cometeu se confundiu ao alfinetar sua adversária com o tema aborto.

"Eu nunca disse que sou contra o aborto, porque sou a favor", disse, para rapidamente se corrigir. "Ou melhor, nunca disse que era a favor do aborto, porque sou contra o aborto."

"Economia forte"

Serra também abriu mais espaço à agenda econômica. Fez isso distribuindo algumas críticas ao governo e rejeitou o rótulo de "conservador".

"Agora nos chamam de conservadores. Em matéria de economia, nada é mais neoliberal que a atual política econômica." O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não compareceu ao evento, mas foi citado pelo presidenciável.

"O Plano Real é do Itamar e do Fernando Henrique, que eliminou uma nuvem quente que sufocava a gente, principalmente os mais pobres", comentou Serra, em uma das poucas referências ao ex-presidente, seu colega de partido.

"Vamos fazer da economia brasileira uma economia forte, para que o atual crescimento não se transforme em um voo de galinha."

E rebateu um dos principais argumentos da campanha petista contra a tucana, que diz respeito às privatizações.

"Agora vão voltar com a história de privatizações, etc... O governo Lula continuou privatizando dois bancos. Aí, não é um problema de número, é um problema de ideologia. Se privatizou, não era tão contra", afirmou.

José Serra falou de futuro, garantindo maioria no Congresso caso seja eleito em 25 dias.

"Tenho certeza que vamos ter maioria política e parlamentar para governar o Brasil... Não há a menor possibilidade que isso não aconteça. Teremos um governo forte, não autoritário."

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