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Serra pede pressão para barrar drogas da Bolívia

Cuiabá - A redução das drogas em centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo tem solução se o governo brasileiro "ocupar a fronteira" com a Bolívia e se a gestão Lula fizer "pressão ao governo boliviano", afirmou o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra. Ele participou no sábado do lançamento da candidatura […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

Cuiabá - A redução das drogas em centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo tem solução se o governo brasileiro "ocupar a fronteira" com a Bolívia e se a gestão Lula fizer "pressão ao governo boliviano", afirmou o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra.

Ele participou no sábado do lançamento da candidatura do ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, ao governo de Mato Grosso.

"O governo boliviano é cúmplice da exportação de droga para o Brasil. O Brasil tem que fiscalizar sua fronteira, usar o Sivam. Tem que pressionar o outro governo para parar a cocaína dentro do seu território", criticou. Ele também disse que a Força Nacional de Segurança precisa "existir".

"Acho impossível o governo boliviano não saber disso e não ser conivente", acrescentou, sobre 90 por cento da cocaína consumida no Brasil virem da Bolívia.

A crítica de Serra foi feita a 315 quilômetros do país, com o qual Mato Grosso faz divisa.

Na semana passada, Serra já havia afirmado que o governo boliviano fazia "corpo mole" sobre a cocaína que chega ao Brasil.

Antes da fala de Serra no encontro, o pré-candidato ao governo Wilson Santos relatou ter visitado recentemente a capital econômica da Bolívia, Santa Cruz de la Sierra, e ter ficado "estarrecido", pois há no país "uma associação de carros roubados do Brasil e da Argentina".

"O Congresso nacionaliza e regulariza o automóvel em território boliviano. Eles roubam e legalizam carro com apoio do governo da Bolívia e o Congresso".

O ex-governador de São Paulo acrescentou ser legítima a ação brasileira, "sem interferência nos negócios internos da Bolívia", pois o governo do presidente Evo Morales é considerado amigo do governo Lula.

Ele criticou a falta de ação do governo brasileiro no combate ao tráfico de armas, pois "do Paraguai, entram no Brasil 12 bilhões de reais" por ano.

O tucano citou como exemplo um caso em que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia a construção de estrada dentro da Bolívia e que facilita o deslocamento da cocaína. Ele sugeriu que houvesse uma cláusula no financiamento para que o governo boliviano fizesse "internamente combate à produção e tráfico de coca".

Serra comentou ainda que a escolha de vice para sua chapa não o angustia e que "há muito barulho por nada na imprensa".

Saúde e Infraestrutura

Na passagem por Cuiabá, Serra detalhou seu plano de governo para a saúde, ao destacar que se eleito fará distribuição nas casas dos pacientes de remédios cedidos gratuitamente pelo SUS, para casos "de hipertensos, com diabetes e doenças crônicas".

Ele disse que, quando ministro da Saúde no governo Fernando Henrique Cardoso, os recursos em quatro a cinco anos para esse tipo de medicamento somou, a preços atuais, 6 bilhões de reais e que pretende "elevar isso para 10 bilhões no próximo quadriênio".

O pré-candidato à Presidência do PSDB também fez discurso em sintonia com os desejos de produtores rurais de Mato Grosso, ao mencionar a importância de se investir em obras de infraestrutura, hidrovias e ferrovias.

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