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Serra Leoa entra no 2º dia de confinamento pelo Ebola

O governo de Serra Leoa decretou três dias de confinamento em todo o país para organizar uma gigantesca campanha de informação, porta a porta


	Membro da Médicos sem Fronteiras trabalha em Serra Leoa: epidemia já matou mais 500 pessoas no país
 (Carl de Souza/AFP)

Membro da Médicos sem Fronteiras trabalha em Serra Leoa: epidemia já matou mais 500 pessoas no país (Carl de Souza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2014 às 11h05.

Serra Leoa entrou neste sábado no segundo dia de confinamento geral, após uma primeira jornada difícil para as equipes que têm a missão de informar os habitantes sobre a epidemia de Ebola, que gera uma crescente mobilização internacional.

O governo decretou três dias de confinamento em todo o país para organizar uma gigantesca campanha de informação, porta a porta.

O objetivo da medida, polêmica e sem precedentes, é sensibilizar a população e tentar conter a epidemia, que provocou 2.630 mortos desde o início do ano na África ocidental, especialmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné.

Em Serra Leoa, onde 562 pessoas morreram vítimas do vírus, quase 30.000 voluntários, em equipes de quatro integrantes, percorrem o país para divulgar informações sobre a doença aos seis milhões de habitantes, durante os três dias da campanha, e alertar os serviços médicos caso encontrem pessoas doentes ou mortas.

"O início da campanha foi realmente muito difícil" declarou Steven Gaoja, que coordena o centro nacional de operação de emergência contra o Ebola. Ele citou problemas de "logística" e um "grande número de ligações" para o centro, que o governo não teve condições de responder.

"Mas os problemas foram progressivamente resolvidos e o dia terminou como um sucesso", afirmou.

A recepção da campanha foi positiva de um modo geral entre a população.

"Havia muitas mensagens contraditórias sobre a campanha, mas agora vemos que é algo positivo para nós. Temos que salvar vidas", declarou Sammy Jones, pai de família, na zona oeste da capital Freetown.

Mas algumas pessoas criticaram em particular a capacitação insuficiente das equipes.

"Os supervisores estão bem treinados, mas as equipes que visitam as famílias em algumas regiões do oeste do país não estão suficientemente treinadas e não conseguem passar as informações de maneira correta", disse Abubakarr Kamara, diretor da associação Health for All (Saúde para Todos).

A organização Ação contra a Fome, presente em Serra Leoa, manifestou "preocupação com as consequências da aplicação de medidas coercitivas em massa para uma população que já sofre e que desconfia do sistema de saúde.

Um contingente de 165 médicos e enfermeiras de Cuba deve desembarcar no fim de semana em Serra Leoa, um país com sistema de saúde frágil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O presidente americano Barack Obama anunciou que 3.000 militares serão enviado à África ocidental para participar na construção de novos centros de saúde, oferecer ajuda logística e ajudar no treinamento dos funcionários.

A epidemia de Ebola na África ocidental é a mais grave da história da febre hemorrágica, identificada em 1976.

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