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Serra Leoa e Libéria tomam medidas drásticas contra epidemia

Vírus causou em sete meses a morte de mais de 700 pessoas nestes dois países e na vizinha Guiné

A presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, ordeniou na noite de quarta-feira o fechamento de todas as escolas (Georges Gobet/AFP)

A presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, ordeniou na noite de quarta-feira o fechamento de todas as escolas (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 16h21.

Freetown - Serra Leoa e Libéria tomaram medidas drásticas diante da epidemia de febre hemorrágica, provocada em grande parte pelo vírus Ebola e que causou em sete meses a morte de mais de 700 pessoas nestes dois países e na vizinha Guiné.

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde anunciou um plano de US$ 100 milhões e os presidentes dos países da África ocidental lançarão na sexta-feira um plano de luta contra a epidemia de outros US$ 100 milhões, indicou a OMS.

A Organização Mundial da Saúde divulgou novos dados nesta quinta-feira sobre esta epidemia na África ocidental. Dessa forma, até 27 de julho foram registrados mais de 1.300 casos, incluindo 729 pessoas que faleceram na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.

Horas após a presidente liberiana, Ellen Johnson Sirleaf, ordenar na noite de quarta-feira o fechamento de todas as escolas, seu colega de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, decretou nesta quinta-feira estado de emergência.

"Os desafios extraordinários exigem medidas extraordinárias. A doença provocada pelo vírus Ebola constitui um desafio extraordinário para nossa nação", declarou Koroma em um discurso divulgado pela televisão.

"Portanto, proclamo o estado de emergência pública", acrescentou.

Koroma também anunciou medidas, como colocar em quarentena as áreas afetadas pelo Ebola, mobilizar forças de segurança para proteger as equipes médicas e proibir as reuniões públicas, assim como vasculhar os locais onde acredita-se que possam existir pessoas doentes.

O presidente também disse que "houve mais de 130 sobreviventes desta doença", ressaltando as possibilidades de cura que as pessoas internadas em centros de saúde têm.

Fechamento de todas as escolas

Na noite de quarta-feira, a presidente da Libéria havia ordenado o fechamento de todas as escolas em um discurso divulgado pela televisão.

Além disso, "é ordenado por mim o fechamento até nova ordem de todos os mercados das zonas fronteiriças", disse.

Sirleaf também afirmou que o dia de sexta-feira era declarado feriado com o objetivo de utilizá-lo para desinfectar todas as instalações públicas.

O médico belga Peter Piot, um dos que descobriram o vírus Ebola em 1976 no Zaire (hoje República Democrática do Congo) estimou que as dificuldades que Libéria e Serra Leoa têm para enfrentar a epidemia devem-se porque "estes países saem de anos de guerra civil"

"Libéria e Serra Leoa tentam agora se reconstruir e, portanto, há uma falta total de confiança nas autoridades que, somada à pobreza e aos serviços de saúde medíocres, é, na minha opinião, a causa desta grande epidemia", acrescentou em entrevista à AFP.

A RDC anunciou novas medidas sanitárias para evitar que voltem a existir casos de Ebola e Quênia e Etiópia também indicaram nesta quinta-feira ter tomado medidas a respeito. Na mesma região, Uganda assegurou que permanecia em alerta e a Tanzânia informou ter tomado "medidas de precaução".

Os temores de que o surto de Ebola na África se propague a outros continentes aumentaram na quarta-feira. Europa e Ásia permaneciam em alerta, a ONG Médicos Sem Fronteiras advertiu que a epidemia estava fora de controle e os corpos de paz dos Estados Unidos anunciaram que se retiravam da região.

O vírus Ebola pode matar as pessoas em questão de dias, depois de provocar uma intensa febre e sérias dores musculares, vômitos, diarreia e, em alguns casos, a insuficiência dos órgãos e uma hemorragia incontrolável.

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