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Serra Leoa e Libéria mobilizam tropas após mortes por ebola

Soldados foram mobilizados após o saldo de mortes chegar a marca de 887

Agentes da saúde em uma unidade de isolamento por conta do surto de Ebola, na Libéria (Ahmed Jallanzo/UNICEF/Reuters)

Agentes da saúde em uma unidade de isolamento por conta do surto de Ebola, na Libéria (Ahmed Jallanzo/UNICEF/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h10.

Freetown/Monróvia - Centenas de soldados foram mobilizados em Serra Leoa e na Libéria nesta segunda-feira para combater o pior surto de Ebola da história, enquanto o saldo de mortes chegou a 887 e três novos casos suspeitos do vírus mortal foram registrados na Nigéria.

Como o sistema de saúde pública das nações do oeste da África está completamente saturado pela epidemia, o Banco Africano de Desenvolvimento declarou nesta segunda-feira que irá desembolsar 50 milhões de dólares de imediato para Serra Leoa, Libéria e Guiné - os mais afetados do continente - como parte do esforço internacional para conter a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que na semana passada alertou para as consequências catastróficas se a epidemia não for controlada, relatou 61 novas mortes desde 1º de agosto.

O surto começou em fevereiro nas florestas da Guiné, onde o saldo de mortos continua a aumentar, mas desde então seu epicentro migrou para as vizinhas Libéria e Serra Leoa.

Na Nigéria, onde o norte-americano Patrick Sawyer morreu do Ebola no fim de julho depois de passar pela Libéria, a OMS relatou três novos casos, dois deles prováveis e um suspeito caso de Ebola.

Na manhã desta segunda-feira, as autoridades nigerianas informaram que um médico que tratou de Sawyer contraiu a doença, mas uma fonte do Ministério da Saúde não quis comentar.

O pânico nas comunidades locais, que atacaram funcionários de saúde e ameaçaram queimar alas de isolamento, levou Serra Leoa, Libéria e Guiné a impor medidas severas na semana passada, entre elas o fechamento das escolas e a quarentena de regiões remotas mais afetadas pelo surto.

Longos comboios de caminhões militares conduziram soldados e assistentes de saúde nesta segunda-feira ao extremo leste de Serra Leoa, onde o número de casos é maior.

O porta-voz dos militares, coronel Michael Samoura, disse que a operação envolve cerca de 750 militares.

Na vizinha Libéria, a presidente Ellen Johnson-Sirleaf e ministros realizaram uma reunião de emergência no domingo para discutir uma série de medidas para combater o Ebola, e a polícia isolou comunidades infectadas na região de Lofa, no norte do país.

Na sexta-feira, a chefe da OMS, Margaret Chan, alertou líderes regionais de que o Ebola está ultrapassando os esforços para conter o surto e se comprometeu a obter uma ajuda internacional de 100 milhões de dólares para controlar a epidemia.

Autoridades dos Estados Unidos e agências multilaterais devem discutir a emergência em uma cúpula de três dias entre EUA e África em Washington a partir desta segunda-feira.

Uma testemunha da Reuters em Monróvia, capital da Libéria, disse que várias clínicas estão fechando as portas porque seus médicos estão com medo de tratar pacientes, e a organização Médicos Sem Fronteiras, que normalmente lidera a luta contra o Ebola, diz não ter capacidade de aumentar sua pequena equipe no país.

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