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Sequestro de jornalistas no Afeganistão completa 500 dias

Companheiros dos dois franceses sequestrados pedem maior empenho do governo na libertação

Manifestação em Paris contra o sequestro de Hervé Ghesquière e Stéphane Taponier (Bertrand Langlois/AFP)

Manifestação em Paris contra o sequestro de Hervé Ghesquière e Stéphane Taponier (Bertrand Langlois/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2011 às 15h01.

Paris - Amigos e parentes dos jornalistas franceses Hervé Ghesquière e Stéphane Taponier voltaram a pedir nesta sexta-feira ao governo francês que aumente os esforços para conseguir a libertação dos dois repórteres, reféns no Afeganistão há 500 dias, como fizeram com Ingrid Betancourt.

"Não entendemos a reticência do Eliseu (sede da presidência francesa) neste caso quando não foi assim com outros reféns", afirmou nesta sexta-feira a jornalista Florence Aubenas, presidente do Comitê de Apoio aos dois jornalistas reféns no Afeganistão desde 30 de dezembro de 2009.

Aubenas, sequestrada por vários meses no Iraque em 2005, disse à rádio pública France Info que a diferença da atitude do governo francês em relação a um ou outro refém "diminui nossa confiança: de um lado um compromisso total e do outro não".

"Temos um governo e um presidente que adora os grandes casos midiáticos como o das enfermeiras búlgaras. Lembro-me de cruzar, em uma manifestação a favor de Ingrid Betancourt, com a esposa do presidente, Carla Bruni Sarkozy, que liderava esta manifestação, encerrada pelo filho do senhor Sarkozy", afirmou Florence Aubenas.

Hervé Ghesquière e Stéphane Taponier, ambos de 48 anos, preparavam uma reportagem para o canal público France 3 quando foram sequestrados junto aos seus três acompanhantes afegãos a 60 km de Cabul, na província de Kapisa, região sob controle das tropas francesas.

Quase 4.000 soldados franceses estão mobilizados no Afeganistão na força da Otan, cujos 132.000 soldados começarão a transferir em junho o controle da segurança às forças afegãs.

Com os 500 dias de sequestro e com o propósito de "pressionar o governo" e "enviar uma mensagem aos sequestrados", o Comitê de Apoio e os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) decidiram realizar nesta sexta-feira na França diversas atividades de solidariedade, explicou Aubenas.

"São os jornalistas que estão há mais tempo como reféns após os sequestros dos anos 80 no Líbano", lembrou Richard Coffin, membro do Comitê de Apoio dos dois reféns, cuja última prova de vida é um vídeo datado de novembro de 2010 que só foi visto por suas famílias.

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