Ariel Castro: espera-se também que Michelle Knight, uma das sequestradas por Castro junto com Amanda Berry e Gina DeJesús, compareça durante a audiência, segundo a rede "ABC". (REUTERS/Aaron Josefczyk)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2013 às 12h55.
Washington - Ariel Castro, que se declarou culpado de estuprar, maltratar e sequestrar durante uma década três mulheres de Cleveland (Ohio, EUA), pediu nesta quinta-feira perdão a suas vítimas no início de uma audiência na qual se conhecerá sua sentença.
"Eu gostaria de pedir perdão", disse secamente Castro ao juiz Michael J. Russo.
Segundo contou nesta quarta-feira sua irmã, Marisol Alicea, à rede "CNN", espera-se que durante a manhã Ariel Castro, de origem porto-riquenha, leia um pronunciamento para mostrar "seu outro lado".
Castro se declarou culpado de 937 acusações das quase 1.000 que enfrentava depois que sua defesa chegou a um acordo com a Promotoria para livrá-lo da pena de morte e pode ser condenado à prisão perpétua sem opção de liberdade condicional.
Espera-se também que Michelle Knight, uma das sequestradas por Castro junto com Amanda Berry e Gina DeJesús, compareça durante a audiência, segundo a rede "ABC".
Horas antes desta audiência foram revelados novos detalhes dos maus-tratos ao quais Castro submeteu suas vítimas, contidos em um memorando publicado pela Promotoria.
Segundo esse memorando, Michelle, Amanda e Gina tiveram correntes presas a seus tornozelos, só tinham acesso a privadas de plástico colocadas nos dormitórios "que raramente eram esvaziadas" e unicamente eram alimentados uma vez ao dia.
As três mulheres refletiram em diários os abusos sexuais e psíquicos aos quais eram submetidas por Castro, que em uma ocasião as manteve fechadas em um veículo durante três dias enquanto tinha uma visita em sua casa.
No dia 6 de maio, em uma distração de Castro, Amanda conseguiu escapar e pedir ajuda.
Um vizinho, Charles Ramsey, ajudou a jovem a quebrar a porta da casa na qual estava sequestrada.
Amanda disse a quem a resgatou que na casa havia mais pessoas presas contra sua vontade: Gina, desaparecida em 2004 com 14 anos; Michelle, cujo rastro se perdeu em 2002, quando tinha 20; e sua própria filha, de seis anos, fruto dos abusos de Castro.
Há duas semanas as três jovens divulgaram um vídeo no qual agradeceram a solidariedade que receberam da comunidade desde sua libertação e manifestaram seu "esperança para uma solução justa e rápida" do caso, expressando "uma grande fé no escritório do promotor e no tribunal".