A senegalesa Fatma Samoura, uma veterana diplomata da ONU, foi nomeada nesta sexta-feira secretária-geral da Fifa, se tornando a primeira mulher a ocupar o cargo na entidade, dominada por homens e envolvida em grande escândalo de corrupção.

Samoura, 54 anos, não é ligada ao futebol e trabalha há 21 anos na ONU, na qual ocupou diversos cargos em vários países da África. Atualmente, serve na Nigéria, atuando no programa de desenvolvimento da ONU.

"Hoje é um dia maravilhoso para mim e me sinto honrada em assumir o cargo de secretária-geral da Fifa", declarou em comunicado Samoura.

"Espero poder compartilhar minha experiência em governabilidade para o importante processo de reformas que está em andamento na Fifa", completou.

A diplomata tomará posse do cargo em junho, depois de passar por uma investigação de elegibilidade realizada por um comitê independente da Fifa.

O novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, afirmou que Samoura é "uma grande pessoa", com experiência em gestão de grandes entidades, orçamentos e equipes.

"Temos que ser sérios quando dizemos que apoiamos a diversidade e que acreditamos na igualdade de gênero", declarou Infantino.

Samoura "trará um ar fresco à Fifa, sendo alguém de fora, não alguém de dentro ou do passado, alguém de novo", completou.

Samoura sucederá no cargo o francês Jerome Valcke, demitido e suspenso por 12 anos pela Fifa por envolvimento num esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo-2014. O alemão Markus Kattner, diretor financeiro, é quem ocupava o cargo de maneira interina.

A nomeação de Samoura foi uma grande surpresa e aconteceu durante o Congresso da Fifa realizado no México, onde dirigentes se reúnem para decidir as reformas a serem implementadas para acabar com a corrupção na entidade que rege o futebol no mundo.