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Sendero Luminoso mantém 200 reféns como escravos no Peru

As mulheres são forçadas a abastecê-los com comida e estupradas para que tenham filhos. Essas crianças são integradas à atividade militar

Policial peruano com as roupas de pessoas recuperadas em 2012 do cativeiro mantido pelo Sendero Luminoso (Wikipedia Commos)

Policial peruano com as roupas de pessoas recuperadas em 2012 do cativeiro mantido pelo Sendero Luminoso (Wikipedia Commos)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2015 às 09h24.

Peru - Oculta na frondosidade da selva do Peru, a organização terrorista Sendero Luminoso mantém ainda como reféns, e em condições de escravidão, entre 170 e 200 pessoas, das quais entre 70 e 80 são crianças, segundo a estimativa do vice-ministro de Políticas para a Defesa peruano, Ivan Vega.

Vega denunciou nesta quarta-feira que os comandantes do Sendero submetem à servidão forçosa seus reféns no que denominam como "centros de produção", fazendas onde as mulheres são forçadas a abastecer-lhes de alimentos e também de novos guerrilheiros através de estupros, já que as crianças concebidas são integradas à atividade militar.

"As crianças se dedicam ao cultivo e à criação de animais e são doutrinadas na ideologia (maoista) do Sendero. Quando completam 15 anos, são incorporadas à guerrilha", relatou Vega durante uma visita à cidade de Mazamari, na região central de Junín.

O vice-ministro destacou hoje que a polícia e as forças armadas do Peru recuperaram 144 pessoas, entre elas 59 crianças, do domínio do Sendero Luminoso desde 2011 até a atualidade em várias operações especiais.

O Sendero Luminoso é o responsável pela maioria das mais de 69.000 mortes causadas pelo conflito interno entre o Estado peruano e a organização terrorista de 1980 até 2000, segundo o relatório final da Comissão da Verdade e a Reconciliação (CVR).

As últimas bases senderistas permanecem escondidas na espessura da selva montanhosa de El Vraem, uma região extensa e escarpada em contínuo "estado de emergência" por ser também a maior área de cultivos ilegais de folha de coca do país, com 18.845 hectares, segundo as Nações Unidas. 

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