Warren: democrata disse que nomeará reguladores para desfazer negócios como as aquisições do WhatsApp e Instagram, pelo Facebook; da Whole Foods e Zappos, pela Amazon; e do Waze, Nest e DoubleClick, pelo Google (Danial Acker/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 8 de março de 2019 às 15h40.
Última atualização em 26 de setembro de 2019 às 14h39.
São Paulo — A senadora democrata norte-americana Elizabeth Warren disse na sexta-feira que se for eleita presidente dos Estados Unidos vai tentar dividir Amazon, Google e Facebook, como parte de uma mudança estrutural no setor de tecnologia para promover a concorrência.
Warren, que busca se destacar em um campo democrata repleto de progressistas de olho nas eleições de novembro de 2020, disse que as empresas compraram potenciais concorrentes, como ocorreu quando o Facebook adquiriu o Instagram.
"Elas destruíram a concorrência, usaram nossas informações privadas para lucrar e viraram o campo de jogo contra todos os outros. E, no processo, elas prejudicaram os pequenos negócios e sufocaram a inovação", escreveu Warren.
A democrata disse que nomeará reguladores para desfazer negócios como as aquisições do WhatsApp e Instagram, pelo Facebook; da Whole Foods e Zappos, pela Amazon; e do Waze, Nest e DoubleClick, pelo Google.
Amazon e o Google não responderam imediatamente às solicitações de comentários. Facebook se recusou a se pronunciar sobre o assunto.
O NetChoice, um grupo de comércio eletrônico cujos membros incluem o Facebook e outras empresas online, disse que o plano de Warren levará a preços mais altos para os norte-americanos.
"A senadora Warren está errada em sua afirmação de que os mercados de tecnologia não têm concorrência. Nunca antes os consumidores e trabalhadores tiveram mais acesso a bens, serviços e oportunidades online", disse Carl Szabo, vice-presidente e conselheiro geral da NetChoice.
O Competitive Enterprise Institute (CEI), um centro de estudos que promove o livre mercado, chamou o plano de Warren de um "experimento regulatório condenado".
"A próxima onda de inovações tecnológicas provavelmente exigirá enormes economias de escala para atender aos consumidores. Enquanto isso, não há barreiras à entrada para o próximo aplicativo matador ou empreendedor que mude o setor", disse Jessica Melugin, diretora associada de tecnologia e inovação da CEI.
As empresas de tecnologia estão entre os maiores doadores a políticos. O Google gastou 21 milhões de dólares para fazer lobby em 2018, enquanto a Amazon desembolsou 14,2 milhões e o Facebook 12,62 milhões de dólares, de acordo com dados enviados ao Congresso dos EUA.