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Senador John McCain afirma em livro que Putin é "um homem malvado"

As "más ações" de Putin incluem a destruição da ordem liberal mundial que os Estados Unidos lideraram

John McCain (Aaron P. Bernstein/Reuters)

John McCain (Aaron P. Bernstein/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de maio de 2018 às 17h29.

Nova York - O senador americano John McCain descreve o presidente russo, Vladimir Putin, como um "homem malvado" decidido às "más ações", segundo um extrato das suas novas memórias publicado neste sábado pelo "The Wall Street Journal".

McCain, de 81 anos, foi diagnosticado com um agressivo tipo de câncer cerebral no ano passado e está em tratamento no seu estado de origem, o Arizona.

Em artigo assinado pelo senador e que é uma adaptação de uma parte das suas memórias que serão lançadas no próximo dia 22 de maio, McCain se refere à sua velha oposição ao presidente russo e como atuou quando recebeu o que agora é chamado de "dossiê" sobre a ingerência russa durante a campanha presidencial de 2016 nos Estados Unidos, vencidas por Donald Trump.

De acordo com McCain, que instruiu seus familiares para que Trump não compareça ao seu funeral, as "más ações" de Putin incluem a destruição da ordem liberal mundial que os Estados Unidos lideraram e que para isso está explorando as "cada vez mais amargas" divisões políticas que nos consomem.

"Se intrometeu em uma eleição e fará isso de novo, porque funcionou e porque não foi obrigado a parar", ressalta o histórico senador, que foi rival do ex-presidente Barack Obama nas eleições de 2008.

Para o dirigente republicano, o objetivo de Putin "não é derrotar um candidato ou um partido", mas o "Ocidente".

Nesse sentido, e depois de enumerar uma série de fatos nos quais critica a atuação do presidente russo, entre eles a condenação contra o dissidente Mikhail Khodorkovsky, McCain indicou que Trump precisa entender "a natureza da ameaça" representada por Putin.

"Devemos lutar contra Vladimir Putin com tanta determinação quanto ele luta contra nós", afirmou McCain, acrescentando que conseguirão detê-lo quando se impeça que os interesses partidários e pessoais exponham os de segurança nacional.

McCain também defendeu o fato de ter entregado em 2016 o "dossiê" ao então diretor do FBI, James Comey, já que assegura ter cumprido essa obrigação e que faria tudo novamente.

Comey, a quem a ex-candidata democrata, Hillary Clinton, culpa abertamente por sua derrota nas últimas eleições, foi demitido abruptamente por Trump em maio de 2017, dias depois de alertar em uma audiência no Senado que o governo russo ainda tenta influenciar na política dos EUA e após uma complexa relação com o atual presidente. EFE

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