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Senador americano pede que Trump não ameace a Coreia do Norte

John McCain disse que os "grandes líderes" não ameaçam outros países a não ser que estejam prontos "para agir"

John McCain: acredita que Trump "vem fazendo ameaças para além do normal" (Aaron P. Bernstein/Reuters)

John McCain: acredita que Trump "vem fazendo ameaças para além do normal" (Aaron P. Bernstein/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 08h02.

Washington - O senador e ex-candidato presidencial dos Estados Unidos John McCain disse nesta terça-feira que os "grandes líderes" não ameaçam outros países a não ser que estejam prontos "para agir", após o ultimato dado pelo presidente Donald Trump à Coreia do Norte.

"Os grandes líderes que conheci, não ameaçam, a não ser que estejam prontos para agir, e não tenho certeza se o presidente Trump está pronto para agir", disse McCain, que preside o Comitê de Serviços Armados do Senado, em declarações à emissora "KTAR" da cidade de Phoenix, no estado do Arizona.

O senador republicano respondeu assim a Trump, que hoje disse que a Coreia do Norte "vem fazendo ameaças para além do normal" e que o país asiático "vai se deparar com fogo e fúria e um poderio jamais visto no mundo" se continuar com suas provocações.

"Não me parece que esta seja a maneira de lidar com um assunto deste tipo", disse o senador, ao acrescentar que é "habitual" que Trump "exagere as coisas".

A Coreia do Norte, por sua vez, respondeu às palavras do presidente com a ameaça de atacar as bases militares dos Estados Unidos na ilha de Guam, no Oceano Pacífico.

O regime norte-coreano está "analisando cuidadosamente um plano operativo para um fogo envolvente em torno de Guam com mísseis de alcance médio-longo Hwasong-12 para conter as principais bases estratégicas dos Estados Unidos na ilha, incluindo a Base Aérea de Andereson (sic)", disse um porta-voz do Exército Popular da Coreia do Norte (KPA) em um comunicado divulgado pela agência estatal "KCNA".

Guam é um território não incorporado dos EUA no Pacífico, a cerca de 3.400 quilômetros de Pyongyang, e onde vivem cerca de 160 mil pessoas. A Base Aérea de Andersen aloja os bombardeiros estratégicos B-1B, que ontem voltaram a ser enviados à península coreana, segundo a agência "Yonhap", que citou fontes militares sul-coreanas.

A representante de Guam no Congresso americano, Madeleine Bordallo, disse à emissora "CNN" que os moradores da ilha estão "muito preocupados" com as ameaças da Coreia do Norte.

O senador republicano James Risch, membro do Comitê de Assuntos Exteriores do Senado, também disse à "CNN" que a Coreia do Norte está "entrando em território perigoso" ao responder a Trump com mais ameaças, pois o presidente "já apertou o gatilho duas vezes" desde que chegou à Casa Branca.

Risch se referiu aos ataques que os EUA realizaram nos últimos meses no Afeganistão contra o Estado Islâmico e na Síria contra o governo de Bashar al Assad.

"Este presidente é conhecido por dizer o que pensa (...) e isto é o que ele pensa. Assim, a Coreia do Norte deveria considerar muito seriamente o que está acontecendo", advertiu Risch.

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