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Senado italiano dá primeiro passo em direção à renúncia de Berlusconi

Casa aprovou as reformas econômicas para o país e primeiro-ministro depende apenas da ratificação na Câmara para deixar o cargo

Berlusconi depende apenas da aprovação da Câmara para deixar o governo (Georges Gobet/AFP)

Berlusconi depende apenas da aprovação da Câmara para deixar o governo (Georges Gobet/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 15h21.

Roma - Depois da aprovação pelo Senado italiano nesta sexta-feira do projeto de Lei do Orçamento para 2012, incluindo as reformas econômicas que o governo da Itália prometeu à União Europeia (UE), falta agora a ratificação do texto pela Câmara dos Deputados para que o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, apresente sua renúncia.

O documento foi aprovado graças ao apoio da maioria no Governo. O partido de centro Terceiro Polo e a principal legenda da oposição, o Partido Democrata (PD), não votaram.

Contrário ao texto se manifestou o progressista Itália de Valores (IDV), do ex-magistrado Antonio Di Pietro.

O projeto de lei, aprovado com 156 votos a favor e 12 contra, contou com o voto do político que desponta como possível substituto de Berlusconi, o novo senador vitalício e ex-comissário europeu Mario Monti, quem foi largamente aplaudido ao entrar no plenário.

Agora, o texto segue para a Câmara dos Deputados, onde, após um breve debate, espera-se seja ratificado de forma definitiva neste sábado.

Entre as medidas, as reformas incluem a venda de terrenos agrícolas e imóveis públicos, o atraso da idade de aposentadoria para os 67 anos até 2026, a liberalização de serviços públicos e o alívio das contribuições em até 100% aos empresários que contratem jovens.

Uma vez a lei seja aprovada, Berlusconi deve apresentar sua renúncia como prometeu ao chefe do Estado italiano, Giorgio Napolitano.

A opção mais plausível para a era pós-Berlusconi é a formação de um Governo técnico, que tenha uma personalidade à frente capaz de alcançar o acordo de todas as forças políticas para tirar a Itália do marasmo econômico que se encontra.

Para liderar esse Governo técnico, a opção mais cogitada é o economista e ex-comissário europeu Mario Monti, de 68 anos, quem chama ao consenso todos os partidos.

Monti conta com a simpatia do sindicato patronal italiano, como confirmou nesta sexta-feira a presidente da entidade, Emma Marcegaglia. Ela elogiou 'a grande capacidade' e 'a coragem' do economista, com quem diz concordar em todos os aspectos. Sua escolha, como não poderia ser diferente, não é consenso e encontra desagrado de alguns.

Berlusconi decidiu apoiar o Governo de Monti porque, como garantiu aos mais próximos, 'não pode ir contra ao mercado', embora a decisão final de seu partido Povo da Liberdade (PDL) sobre o respaldo ao ex-comissário europeu só será conhecido no sábado, após uma reunião extraordinária.

Contrários à formação do gabinete de transição se mostraram os partidos Liga Norte, atual membro do Executivo de Berlusconi, e o IDV, favoráveis às eleições antecipadas.

A favor dessa opção, no entanto, está o Terceiro Polo. Na oposição figuram os partidos de centro-direita e a maior parte do PD.

Enquanto isso, os mercados deram uma trégua e demonstrações de confiança até a nomeação do neoliberal Monti como presidente do Conselho, uma designação acompanhada de perto pelas chancelarias europeias e pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama quem ligou ontem para Napolitano.

O presidente federal alemão, Christian Wulff, telefonou nesta sexta ao chefe de Estado italiano para falar também sobre a crise política que atinge o país.

Durante o dia, o seletivo da Bolsa de Valores de Milão operou no positivo e o prêmio de risco recuou para os 470 pontos básicos.

Uma prova da consistência do efeito Monti será sentida na próxima segunda-feira com o leilão de bônus para cinco anos do Estado que tentará colocar uma quantia entre 1 bilhão de euros e 3 bilhões de euros.

Monti deverá executar reformas estruturais profundas que nem os partidos de direita e tampouco os de esquerda ousaram levar adiante na Itália em décadas.

Em recente editorial no jornal 'Corriere della Sera', Monti enumerou 'os ingredientes para se ter uma economia competitiva, de crescimento econômico e uma sociedade mais inclusiva e justa. Para alcançar essa combinação, ele defende menos barreiras à entrada, redução de privilégios e de rendimento dos mais ricos, maiores possibilidades de ingresso no mercado para os excluídos e os jovens e a ampliação do espaço ao mérito e à concorrência'.

Todos os pontos pertencem à Estratégia 2020 de compromissos europeus. Além disso, de acordo com Monti, é de desejar 'um maior envolvimento do país no eixo franco-alemão contra a crise: é interesse de todos. EFE

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