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Senado dos EUA endurece segurança na fronteira com México

A reforma do sistema migratório dos EUA entra agora em sua etapa final na plenária da Câmara alta do Congresso

Fronteira entre Estados Unidos e México, perto de San Diego (AFP / Frederic J. Brown)

Fronteira entre Estados Unidos e México, perto de San Diego (AFP / Frederic J. Brown)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 07h31.

Washington - Doze policiais por quilômetro de fronteira e milhões de dólares em equipamentos foi a solução encontrada pelos congressistas americanos para conter o fluxo de imigrantes clandestinos procedentes do México, em um projeto que teve sinal verde do Senado nesta segunda-feira.

A reforma do sistema migratório dos EUA entra em sua etapa final na plenária da Câmara alta do Congresso, onde a emenda que reforça a segurança recebeu aprovação simbólica em uma votação de procedimento, com 67 votos contra 27, acima do mínimo necessário de 60, e com o apoio notável de 15 republicanos.

Nas próximas horas, espera-se a votação direta sobre a emenda, enquanto a aprovação do projeto definitivo será no final desta semana, afirmou o senador Harry Reid, líder da maioria democrata.

Na Câmara de Representantes, dominada pelos adversários republicanos do presidente Barack Obama, muitos se opõem ardorosamente à ampla legalização das pessoas em situação clandestina.

Os debates ainda podem se arrastar por meses até que Obama promulgue uma lei migratória, o que significaria uma vitória colossal de seu segundo mandato. Esta seria a maior modificação no sistema de imigração nos EUA desde 1986.

Para não inviabilizar a reforma, os aliados democratas do presidente no Senado aceitaram uma excepcional proposta republicana de fortificar a fronteira para evitar milhões de novos imigrantes ilegais no futuro.

Segundo o acordo, os agentes fronteiriços passariam de 18 mil para mais de 38 mil ao longo dos 3.200 quilômetros que separam os EUA do México, o equivalente a 12 homens por quilômetro. Em 2002, havia 10 mil.

Os parlamentares também querem substituir 480 quilômetros de barreiras anti-veículos por altas muralhas anti-pedestres e construir 80 novos quilômetros de muros para 1.120 quilômetros.


Os dois países estão separados por outros 2.000 quilômetros de fronteira natural do Rio Grande.

O plano especifica os novos equipamentos que o governo deverá adquirir, com um orçamento de 3,2 bilhões de dólares: quatro drones (aviões não tripulados), 40 helicópteros, 30 navios, milhares de detectores de movimento (térmicos, infravermelhos, ou sísmicos), centenas de câmeras fixas e móveis, radares, entre outros.

Outra medida tornará disponível para todos os empregadores um sistema eletrônico de verificação do status de seus funcionários, o que retiraria pelo menos 40% de trabalhadores em situação ilegal do mercado: aqueles que entraram legalmente, mas permaneceram em território americano depois que o visto expirou.

"Teremos olhos no céu, sejam drones, ou aviões", resumiu o democrata Chuck Schumer, um dos autores do projeto.

"Quem quer que cruze a fronteira será detectado, seja de dia, seja de noite, faça chuva, ou faça sol", acrescentou.

"É caro", admitiu, mas é o preço a se pagar para proteger os cidadãos americanos.

A governadora republicana do Arizona, Jan Brewer, conhecida pelas duras leis contra a imigração ilegal em seu estado, saudou a decisão do Senado, em entrevista ao canal FOX News.

"Realmente, considero isso uma vitória para o Arizona, no que diz respeito ao reforço da fronteira", declarou Jan Brewer.

Já a organização de defesa dos imigrantes Dream Action Coalition classificou como "desprezível" a decisão do Senado, de acordo com seu presidente César Vargas.

Até o republicano Bob Corker considerou que, talvez, tenha-se ido longe demais.

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