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Senado dos EUA debate segurança na aviação após Boeing 737 Max

Aeronave fez pouso de emergência na Flórida nesta terça-feira, véspera do encontro do comitê liderado pelo senador Ted Cruz

Boeing: aviões 737 MAX foram proibidos de voar em mais de 40 países após dois acidentes envolvendo o modelo (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)

Boeing: aviões 737 MAX foram proibidos de voar em mais de 40 países após dois acidentes envolvendo o modelo (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2019 às 06h15.

Última atualização em 27 de março de 2019 às 06h31.

A quarta-feira, 27, marca um novo episódio de pressão sobre a fabricante de aviões Boeing. O subcomitê de Aviação e Espaço do Senado norte-americano realiza uma audiência hoje sobre o estado atual da segurança da aviação comercial, motivada pela queda de dois Boeings 737 Max 8 desde outubro de 2018. O comitê, liderado pelo senador republicano Ted Cruz, vai ouvir testemunhas de órgãos da administração americana para tentar elaborar formas de melhorar a segurança do sistema de transporte aéreo comercial do país.

Serão ouvidos na audiência Robert Sumwalt, presidente da organização de Segurança Nacional de Transporte, Calvin Scovel, Inspetor Geral do Departamento de Transportes, e Daniel Elwell, diretor interino da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos. O subcomitê liderado por Cruz planeja ainda realizar uma segunda audiência em um futuro próximo para ouvir membros da indústria, em especial, a Boeing.

Na última terça-feira, 26, um Boeing 737 Max 8, da companhia aérea Southwest Airlines, fez um pouso emergencial por uma falha nos motores poucos minutos após decolar. A aeronave não tinha passageiros a bordo, já que estava se dirigindo a um armazém da companhia no deserto da Califórnia. No último dia 10, um avião do mesmo modelo da companhia Ethiopian Airlines caiu na Etiópia e matou 157 pessoas. Cinco meses antes, em outubro de 2018, uma aeronave deste tipo da companhia Lion Air caiu na Indonésia e matou todos os 189 passageiros a bordo.

Após o segundo acidente fatal envolvendo o Boeing, dezenas de autoridades de aviação civil do mundo proibiram voos com o modelo. No dia 13 de março, os Estados Unidos se uniram a outros 50 países e também impediram viagens aéreas com o 737 Max 8 em solo norte-americano. Por ser um modelo relativamente novo, sua retirada do mercado não afetou tanto os voos programados. Para a Boeing, contudo, a má fama do avião pode significar a perda de cerca de 500 bilhões de dólares em novos pedidos.

Nos Estados Unidos, além da audiência no Senado, promotores estão investigando a agência de aviação FAA por ter concedido uma certificação ao 737 MAX 8 e por ter demorado para proibir seu uso no país. O presidente Donald Trump, depois de anunciar a proibição ao modelo, indicou o ex-executivo da Delta Air Lines, Steve Erickson, para ser o novo presidente da agência, já que a FAA está sem um diretor oficial há 14 meses.

A Boeing tem lutado para garantir às autoridades a segurança de seu avião. Na última semana, a fabricante anunciou que está trabalhando em um boletim para instruir as companhias aéreas a instalarem um novo software controlador de voo nos 737 Max que estão parados. A autonomia da Boeing para vistoriar e certificar suas próprias aeronaves tende a ser um dos pontos de embate no Senado. Segundo a revista Economist, em 1970 a FAA se encarregava de 75% dos testes de segurança; hoje, responde por apenas 5% a 10%, deixando o restante a cargo da própria empresa.

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