Medida, que também deve ser aprovada na Câmara dos Representantes estadual, foi proposta após o tiroteio que matou 17 pessoas e deixou outras 15 feridas em uma escola de Parkland, no sul da Flórida (Mongkol Nitirojsakul/Getty Images)
EFE
Publicado em 23 de abril de 2019 às 21h24.
Última atualização em 23 de abril de 2019 às 21h48.
Miami — O Senado da Flórida aprovou nesta terça-feira um polêmico projeto de lei que permite que os professores portem armas nos colégios, embora antes disso tenham que receber treinamento adequado e passar em uma avaliação psicológica.
O órgão estadual aprovou com 22 votos a favor e 17 contra o projeto de lei SB-7030, que contempla, entre outros pontos, o porte de armas aos professores nos colégios.
A legisladora Anitere Flores foi a única senadora do Partido Republicano, que domina ambas câmaras, que votou contra o projeto, e uniu-se assim aos votos de todos os democratas.
A ideia desta medida, que também deve ser aprovada na Câmara dos Representantes estadual, foi lançada após o tiroteio que matou 17 pessoas e deixou outras 15 feridas em uma escola de Parkland, no sul da Flórida, em fevereiro de 2018.
Seu principal impulsor é o senador republicano Manny Díaz, que defende a hipótese de que o massacre poderia ter sido evitado ou pelo menos reduzido se os professores estivessem armados.
De acordo com esta lei, os professores que voluntariamente desejem ir armados aos colégios terão que completar um curso de cem horas de treinamento sob um programa especial de uso de armas.
Várias organizações civis, sindicatos de professores e pais de alunos se opõem a esta polêmica medida que, essencialmente, transforma as equipes docentes em agentes da ordem.
No entanto, o presidente do Senado estadual, o republicano Bill Galvano, disse que a legislação melhoria a coordenação entre docentes, agentes da ordem e equipes de saúde mental para "garantir que os estudantes em risco recebam a ajuda que necessitam antes que ocorra uma tragédia".
"Os segundos são importantes quando se detém um atirador. Esta legislação garantirá que o pessoal escolar disposto, incluindo os professores da sala de aula, tenha a capacitação e os recursos necessários para ser a última linha de defesa entre uma criança inocente e um agressor violento", declarou.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, apresentou no último mês de fevereiro um plano de segurança baseado nas recomendações feitas por uma comissão formada após o tiroteio na escola Marjory Stoneman Douglas de Parkland e que incluía a presença de guardiões armados.
Por outro lado, uma lei aprovada em 2018 por causa do tiroteio de Parkland aumentou a idade mínima para adquirir uma arma dos 18 aos 21 anos e impõe um período de espera de três dias para a maioria das compras de armas de longo alcance.
O autor confesso do massacre, Nikolas Cruz, de 20 anos e ex-aluno de Marjory Stoneman Douglas, ainda terá que responder a 17 acusações de assassinato em primeiro grau. EFE