Agência de Notícias
Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 06h57.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 06h58.
O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira, 19, a nomeação de Kash Patel, um grande apoiador do presidente Donald Trump, como novo diretor do FBI.
Patel, que prometeu uma ampla reforma da instituição, foi confirmado com um apertado placar de 51 votos a favor, todos de senadores do Partido Republicano, e 49 contra. Duas senadoras republicanas, Susan Collins e Lisa Murkowski, quebraram a orientação partidária e se juntaram aos 47 democratas que se opuseram à confirmação.
Patel é uma das nomeações mais controversas de Trump, pois tanto sua experiência para assumir o cargo quanto suas declarações anteriores, nas quais, por exemplo, ele ameaçou a imprensa e oponentes de Trump com processos, foram questionadas.
Ele também criticou o próprio FBI, acusando-o de fazer parte do chamado “estado profundo” ("deep state", em inglês).
A votação para a confirmação de Patel, uma das mais complicadas até o momento entre a lista de indicados de Trump para cargos governamentais, poderia ter sido prejudicada se mais de três senadores republicanos tivessem rompido com a orientação da bancada.
Collins justificou sua discordância alegando que o diretor do FBI é tradicionalmente “apolítico” e, embora Patel tenha passado 16 anos em vários cargos no setor público, “os últimos quatro anos foram caracterizados por uma atividade política agressiva e de alto nível”.
Por sua vez, Murkowski contou que decidiu se opor à indicação porque tinha “reservas” sobre o histórico político dele e como isso poderia influenciar sua liderança no FBI.
Tradicionalmente, o mandato do diretor do FBI é de 10 anos para protegê-lo de influências políticas, mas o diretor anterior, Christopher Wray, renunciou pouco antes da posse de Trump, há um mês, apesar de ter sido nomeado pelo próprio republicano.
Trump havia prometido demitir Wray por sua gestão durante os quatro anos de mandato presidencial de Joe Biden, especialmente pelas investigações sobre o papel que o republicano e correligionários tiveram nos eventos que levaram à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, para interromper o processo de certificação da vitória de Biden nas eleições de novembro de 2020.
Patel trabalhará ao lado da procuradora-geral Pam Bondi, que ordenou uma investigação sobre quais agentes do FBI estavam envolvidos nas investigações do ataque ao Capitólio.
Durante sua audiência de confirmação, Patel disse que era contra os perdões promovidos por Trump para aqueles que atacaram policiais durante o ataque ao Capitólio. “Não concordo com a comutação de qualquer sentença para qualquer pessoa que tenha cometido violência contra a aplicação da lei”, disse.