Mundo

Senado argentino aprova nacionalização da YPF

A aprovação habilita a discussão do projeto no plenário da Câmara de Senadores, de maioria governista

O projeto de lei governamental declara de interesse "público nacional" o setor de petróleo

O projeto de lei governamental declara de interesse "público nacional" o setor de petróleo

DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 16h48.

Buenos Aires - O Senado argentino aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que expropria 51% das ações da companhia petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol, o que permite o debate seguir à Câmara dos Deputados.

Agora, o polêmico projeto deverá ser discutido no plenário do Senado na próxima quarta-feira e depois enviado à Câmara, onde se espera que seja aprovado pelos parlamentares que apoiam o governo, que são maioria.

O projeto de lei obteve apoio dos governistas da Frente para a Vitória (peronista) e dos legisladores dos opositores Frente Ampla Progressista e a União Cívica Radical (UCR).

A aprovação, passo que habilita a discussão do projeto no plenário da Câmara de Senadores, de maioria governista, concretizou-se depois de dois dias de discussões entre os membros de três comissões parlamentares, cuja maioria também é controlada por legisladores afins ao Governo de Cristina Kirchner.

Hoje assistiram ao debate ex-funcionários ligados à área energética e consultores em matéria de hidrocarbonetos.

Os interventores da YPF, o ministro do Planejamento, Julio de Vido, e o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, protagonizaram nesta terça-feira um tenso debate com dirigentes da oposição críticos à política energética do Governo durante seu comparecimento no Senado para abordar o conteúdo do projeto.

Kicillof, a quem fontes empresariais atribuem especial protagonismo no desenho da desapropriação, ganhou as atenções ao anunciar que a Argentina não pagará os US$ 10 bilhões reivindicados pelo presidente da Repsol, Antonio Brufau, em compensação pelas ações que serão desapropriadas do total de 57,4% que tem a companhia petrolífera espanhola na YPF.

O projeto de lei governamental declara de interesse "público nacional" o setor de petróleo e acrescenta que a avaliação da YPF dependerá do estatal Tribunal de Taxação, mas não explica de onde sairão os fundos para o pagamento das ações expropriadas. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaEmpresasEmpresas espanholasIndústria do petróleoPolíticaRepsol YPF

Mais de Mundo

Três ministros renunciam ao governo de Netanyahu em protesto a acordo de cessar-fogo em Gaza

Itamaraty alerta para a possibilidade de deportação em massa às vésperas da posse de Trump

Invasão de apoiadores de presidente detido por decretar lei marcial deixa tribunal destruído em Seul

Trump terá desafios para cortar gastos mesmo com maioria no Congresso