Mundo

Seminário discute ajuda internacional na África

Brasília - Ministros e diplomatas brasileiros e pesquisadores de vários países discutem hoje (9), em Brasília, ações internacionais que podem colaborar com a redução da desigualdade social na África, durante o Seminário Brasil e China na África: Desafios da Cooperação para o Desenvolvimento. No evento, o subsecretário-geral para África e Meio Oriente no Ministério das […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Ministros e diplomatas brasileiros e pesquisadores de vários países discutem hoje (9), em Brasília, ações internacionais que podem colaborar com a redução da desigualdade social na África, durante o Seminário Brasil e China na África: Desafios da Cooperação para o Desenvolvimento.

No evento, o subsecretário-geral para África e Meio Oriente no Ministério das Relações Exteriores (MRE), Piragibe Tarragô, disse que o continente africano "é prioridade permanente na política externa brasileira porque temos interesses em comum, como o combate à fome e o desenvolvimento rural". Segundo ele, mais de cem acordos de cooperação bilateral foram firmados com países africanos desde 2003, em áreas como agricultura, biocombustíveis, saúde, tecnologia, cultura, educação e defesa.

Os projetos de biocombustíveis, por exemplo, buscam capacitação, infraestrutura e estudos de viabilidade para produzir etanol no continente. Já os projetos de agricultura, aplicam estudos feitos no cerrado brasileiro para aumentar a produtividade na savana africana e nas plantações de algodão, o que é coordenado por unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na África.

As ações da China na África foram apresentadas pelo coordenador do Programa Ásia do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais em Lisboa (IEEI), Miguel Neves. A China atua no continente com ações estatais e também por meio de empresas privadas, bancos e organizações não governamentais (ONGs) que financiam a indústria e a agronomia, setores que foram marginalizados pela ajuda internacional, de acordo com Neves.

Um exemplo é o investimento em infraestrutura agrícola e estudos de fertilidade de terrenos. A China acredita que, futuramente, possa adquirir ou arrendar tais terrenos africanos se ocorrer uma crise alimentar no país. A crise já é prevista e esperada, devido ao crescimento acelerado da população do país asiático.

"A China adapta as necessidades dos governos locais com as oportunidades que pode gerar para si mesma. É mais uma financiadora do que investidora e por isso, às vezes, cria uma má-imagem na África", disse.

"O que a África necessita não é mais de ajuda, mas de uma reinserção de fato no sistema econômico e político internacional", defendeu o especialista em estudo africanos e diretor do IEEI, Fernando Cardoso.

Na tarde de hoje, outros representantes do MRE, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro, continuarão a discussão de estratégias de cooperação do Brasil e da China para a África.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAmérica LatinaÁsiaChinaDados de BrasilDiplomacia

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada