Mundo

Sem repasse dos EUA, Unesco anuncia cortes em programas de educação

Os Estados Unidos suspenderam o repasse para a entidade em retaliação à admissão da Palestina

Os Estados Unidos são responsáveis pelo repasse de 22% do orçamento da Unesco (Miguel Medina/AFP)

Os Estados Unidos são responsáveis pelo repasse de 22% do orçamento da Unesco (Miguel Medina/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 09h04.

Brasília – Em retaliação à admissão da Palestina na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), os Estados Unidos suspenderam o repasse para a entidade obrigando-a a anunciar o corte temporário de vários programas. A chefe da Unesco, Irina Bokova, disse ontem (10) que, sem a contribuição norte-americana, o déficit do órgão é de cerca de US$ 65 milhões.

Preocupada com as consequências do corte, Bokova foi categórica: "A Unesco está enfrentando uma situação difícil. É um teste para nossa organização". As informações são da Organização das Nações Unidas (ONU) à qual a Unesco é vinculada.

Porém, para Bokova, a decisão do governo dos Estados Unidos estimula uma “onda sem precedentes" de apoio à Unesco por parte de indivíduos, associações e corporações privadas em todo o mundo. "Eu vejo essas manifestações de apoio como um claro reconhecimento do bem que a Unesco faz no mundo. São indicadores muito concretos de sucesso", disse.

Segundo Bokova, os Estados Unidos são responsáveis pelo repasse de 22% do orçamento da Unesco. De acordo com ela, vários programas na área de educação serão prejudicados. Para evitar o agravamento da situação, Bokova disse que começou a ser feita uma revisão completa de todas as suas atividades programadas para novembro e dezembro.

Paralelamente, Bokova reiterou o apelo à comunidade internacional, às instituições públicas, às fundações e aos cidadãos para que façam suas doações online. O governo do Gabão, por exemplo, anunciou doação no valor de US$ 2 milhões.

No último dia 31, a Unesco aprovou a admissão da Palestina como membro permanente no órgão. A iniciativa, segundo analistas internacionais, representa o reconhecimento do Estado da Palestina independente e autônomo abrindo oportunidades para que mais entidades internacionais sigam o exemplo. O Brasil apoiou a decisão.

Acompanhe tudo sobre:Países ricosEstados Unidos (EUA)ONUEducação

Mais de Mundo

Escalada da violência na Colômbia: 34 militares são feitos reféns em área dominada pelo narcotráfico

Polônia com seca histórica? Maior rio do país registra nível preocupante

Trump promete pena de morte para assassinos em Washington

Ponte em Guizhou será a mais alta do mundo, com 625 metros de altura