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Sem pompa, só trabalho: Merkel visita os Estados Unidos

ÀS SETE - A visita da chanceler americana ao presidente Trump não deve ter a mesma magnificência da passagem de Emmanuel Macron, da França

Merkel e Trump: apesar dela ser umas das principais líderes da Europa, o descaso dos EUA pode mostrar sinal de sua perda de importância política (Jim Bourg/Reuters/Reuters)

Merkel e Trump: apesar dela ser umas das principais líderes da Europa, o descaso dos EUA pode mostrar sinal de sua perda de importância política (Jim Bourg/Reuters/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2018 às 04h35.

Última atualização em 27 de abril de 2018 às 06h58.

Quando o presidente Emmanuel Macron, da França, chegou a Washington no início da semana foi recebido com a mais alta pompa que um chefe de Estado já recebeu do governo de Donald Trump.

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Nesta sexta-feira, Trump recebe outra visitante, a chanceler alemã Angela Merkel, que chega aos Estados Unidos com bem mais sobriedade do que o francês.

Macron foi recebido com saudações de 21 tiros, o primeiro jantar de Estado da presidência Trump, noite de ópera e até uma chance de discursar a uma sessão conjunta do Congresso.

Ele e Trump trocaram beijos, apertos de mão e o americano chegou a dizer “eu gosto muito dele”. Para Merkel, a agenda inclui um almoço de trabalho.

Não é de se surpreender, apesar de ser a líder mais longeva na União Europeia e uma das principais mandatárias do continente, Merkel tem uma relação árida com Trump.

Na última vez em que ela esteve em Washington, em março de 2017, Trump sequer aceitou apertar a mão da chanceler diante de fotógrafos no Salão Oval.

A falta de camaradagem entre os dois preocupa diplomatas, já que a Alemanha é a terceira maior economia do mundo e teve 171,1 bilhões de dólares em trocas com os Estados Unidos em 2017.

Apesar de Merkel ser umas das principais líderes da Europa, o descaso americano nas relações diplomáticas com a chanceler pode ser um sinal de sua perda de importância política para o futuro, depois de 12 anos à frente do país mais populoso e maior economia da Europa.

No ano passado, enquanto era vista como a remanescente na liderança do mundo Ocidental ela teve uma eleição conturbada, com os piores resultados para seu partido desde o fim da Segunda Guerra Mundial — um imbróglio que só foi se resolver no início deste ano.

Merkel e Macron têm, basicamente, as mesmas pautas a tratar com Donald Trump em suas visitas. Ambos querem negociar uma posição nas tarifas impostas por Trump em importados de aço e alumínio e almejam manter de pé o tratado nuclear com o Irã. Merkel, para sua sorte, poderá focar apenas em negócios, sem demonstrações de carinho e camaradagem de ocasião. 

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