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Sem citar dados, Milei diz que 'recessão acabou' na Argentina

Pobreza ainda afeta 52,9% da população

Argentina: presidente Milei anuncia fim da recessão e prevê crescimento econômico

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AFP
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Agência de notícias

Publicado em 8 de novembro de 2024 às 16h16.

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O presidente argentino, Javier Milei, afirmou que a Argentina superou a recessão econômica e está em um processo de recuperação, apesar do aumento da pobreza, que afeta 52,9% da população.

Desde que assumiu em 10 de dezembro, o mandatário ultraliberal implementa uma política de ajuste fiscal rigoroso, com cortes em aposentadorias, orçamento educacional e milhares de demissões no setor público. Em um discurso recente a empresários, Milei declarou que “o período de dor terminou”.

Indicadores de recuperação econômica

Segundo Milei, a recessão terminou e o país “começou a crescer”. Relatórios do Instituto Nacional de Estatística (Indec) indicam que a produção industrial argentina cresceu 2,6% em setembro em relação ao mês anterior e que o setor da construção avançou 2,4% em comparação com agosto, embora ambos os índices tenham registrado queda em relação ao ano anterior, com 6,1% e 24,8% de redução, respectivamente.

Milei utiliza frequentemente a metáfora da "motosserra" para descrever seu ajuste fiscal agressivo. O presidente destacou ainda que a inflação mensal, embora moderada para 3,5% em setembro, mantém-se elevada, com uma taxa anual de cerca de 200%, uma das mais altas do mundo.

“Fizemos um ajuste de choque focado principalmente em um setor público sustentado por déficit fiscal e emissão monetária", afirmou ele. “Tivemos uma recessão em poucos meses e, como dissemos, agora a economia está subindo como um peido de mergulhador. E adivinhe? As bolhas estão começando a aparecer.”

Impacto da política de ajuste fiscal e desafios sociais

Milei reconheceu o peso de sua política econômica, mas reiterou que o esforço trará resultados: “Esse esforço deve implicar em progresso, porque, se não, é martírio”.

Embora o governo tenha reforçado subsídios para crianças e grupos vulneráveis, o índice de pobreza saltou para 52,9% no primeiro semestre de 2024, um aumento de 11,2 pontos percentuais em comparação com o ano anterior.

“Quero dizer que, de agora em diante, todos os dias estaremos um pouco melhor do que no dia anterior. Em vez de sermos mais pobres a cada dia, seremos mais ricos”, prometeu Milei.

Expectativas para o próximo ano

De acordo com o Banco Mundial, a economia argentina deve registrar uma contração de 3,5% em 2024. No entanto, a projeção é de uma recuperação de 5% no PIB em 2025, refletindo as esperanças do governo Milei de que a economia entre em um ciclo de crescimento sustentado nos próximos anos.

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