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Sem avançar por terra, Rússia bombardeia cidades ucranianas

Mariupol sofre a pior catástrofe humanitária da guerra, com centenas de milhares de civis presos em porões sem comida, água ou energia. Forças russas impediram que comboios de ajuda cheguem à cidade

Equipes de resgate trabalham em prédio atingido por ataque aéreo em Kharkiv, na Ucrânia (Vitalii Hnidyi/Reuters)

Equipes de resgate trabalham em prédio atingido por ataque aéreo em Kharkiv, na Ucrânia (Vitalii Hnidyi/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de março de 2022 às 09h37.

As forças da Rússia na Ucrânia estão bombardeando cidades e matando civis, mas não estão mais fazendo progresso por terra, disseram países ocidentais nesta quinta-feira, enquanto uma guerra que Moscou esperava vencer em poucos dias entrou em sua quarta semana.

Autoridades locais afirmaram que equipes de resgate na cidade portuária sitiada de Mariupol, no sul do país, estavam vasculhando os escombros de um teatro onde mulheres e crianças estavam abrigadas, bombardeado por forças russas no dia anterior.

"O abrigo antibombas resistiu. Agora os escombros estão sendo removidos. Há sobreviventes. Ainda não sabemos sobre (número de) vítimas", disse o assessor municipal Petro Andrushchenko à Reuters por telefone.

A Rússia negou ter atingido o teatro, que imagens comerciais de satélite mostraram ter a palavra "crianças" marcada no chão antes de ser explodido.

Mariupol sofre a pior catástrofe humanitária da guerra, com centenas de milhares de civis presos em porões sem comida, água ou energia por semanas. As forças russas começaram a liberar algumas pessoas em carros particulares nesta semana, mas impediram que comboios de ajuda cheguem à cidade.

Viacheslav Chaus, governador de uma região centrada na cidade de Chernihiv, no norte, que foi intensamente bombardeada, disse que 53 civis foram mortos nas últimas 24 horas. O dado não pôde ser verificado de forma independente.

Na capital Kiev, um prédio no distrito de Darnytsky foi amplamente danificado pelo que as autoridades disseram ser destroços de um míssil disparado no início da manhã.

Enquanto os moradores tiravam os vidros e levavam as sacolas com seus pertences, um homem se ajoelhou chorando ao lado do corpo de uma mulher que estava perto de uma porta, coberta por um lençol ensanguentado.

Embora ambos os lados tenham apontado para o progresso limitado nas negociações de paz nesta semana, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ordenou a invasão em 24 de fevereiro, mostrou poucos sinais de ceder.

Em um discurso televisionado, ele criticou "traidores e escória" de dentro do seu país que estariam ajudando o Ocidente, e disse que o povo russo os cuspiria como mosquitos.

Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança de Putin, afirmou que os Estados Unidos alimentaram uma russofobia "nojenta" em uma tentativa de forçar a Rússia a se ajoelhar: "Não vai funcionar --a Rússia tem o poder de colocar todos os nossos inimigos impetuosos em seu lugar".

Kiev e seus aliados ocidentais acreditam que a Rússia lançou a guerra não provocada para dominar um vizinho que Putin chama de Estado artificial. Moscou diz que está realizando uma "operação especial" para desarmar e "desnazificar" a Ucrânia.

Forças ucranianas em grande número impediram Moscou de capturar qualquer uma das maiores cidades da Ucrânia até agora, apesar do maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de 3 milhões de ucranianos fugiram e milhares de civis e combatentes morreram.

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