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Sem aporte na Celpa, Aneel tende a cassar concessão

A Celpa, concessionária paraense controlada pelo Grupo Rede Energia, tem até o início de maio para apresentar o plano de recuperação judicial à Justiça

Governo pretende retirar "amarra" do superávit primário das empresas do grupo Eletrobras (Arquivo/EXAME)

Governo pretende retirar "amarra" do superávit primário das empresas do grupo Eletrobras (Arquivo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2012 às 19h07.

Brasília  - O processo de recuperação judicial da Celpa está adiantado segundo o acionista controlador Jorge Queiroz Jr., que disse não acreditar em uma intervenção por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na companhia. Entretanto, ele também não recebeu proposta de investidores por sua fatia na empresa, o que poderia culminar em um novo aporte de capital na concessionária.

"Não acho que vá ter intervenção por parte da Aneel", disse o acionista nesta quarta-feira antes de participar de audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura no Senado Federal sobre a situação da companhia.

Durante a audiência, o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, disse que a intervenção por parte da agência "é um caso extremo". "Se fizessemos isso apenas com a deterioração da qualidade de serviço, interviríamos em quase todas as empresas do grupo Eletrobras", acrescentou deixando dúvidas sobre se a Celpa se enquadraria nos requisitos para intervenção.

Entretanto, o diretor-geral da agência disse que sem um aporte de capital, a concessão da empresa tende a ser cassada.

"Ou tem aporte de capital na Celpa ou caminhamos para um processo mais radical de caducidade da concessão", disse.


Queiroz afirmou aos jornalistas antes da audiência que não recebeu proposta de investidores para aquisição da companhia. "Tem muita gente interessada pedindo informação, mas não chegou nada até agora. Só nos meus sonhos", disse.

Após a audiência, o diretor-geral da Aneel disse aos jornalistas que a ausência de um investidor preocupa, mas que tem que se chegar a uma solução.

"Claro que preocupa não ter investidores (para fazer capitalização), porque ela (Celpa) dificilmente vai conseguir um plano de recuperação", disse.

"Tem que ter solução. O BNDES e a Eletrobras tem capital investido. Eles têm que se juntar, conversar com investidores privados, com qualquer empresa que queira capitalizar o grupo, porque eles têm interesse e todo mundo perde num processo de recuperação", completou.

A Celpa, concessionária paraense controlada pelo Grupo Rede Energia e que também tem a Eletrobras no bloco acionário (cerca de 34 por cento), tem até o início de maio para apresentar o plano de recuperação judicial à Justiça, segundo Queiroz.

Antes do processo de recuperação judicial da Celpa ser deflagrado, Jorge Queiroz Jr. tinha colocado à venda a sua fatia de 54 por cento no Grupo Rede Energia, mas o processo agora está parado já que investidores estariam aguardando o resultado da recuperação judicial da empresa do grupo.

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